UnB - Instituto de Geociências - Produção Científica
RESUMOS/ABSTRACTS de artigos publicados em revistas com corpo editorial


MORFOLOGIA DOS MINERAIS DE OURO E ARSENOPIRITA NO DEPÓSITO MARIA LÁZARA (GUARINOS, GOIÁS) E SUAS IMPLICAÇÕES NOS MECANISMOS DE DEPOSIÇÃO

GÊNOVA M. PULZ
ÉDER S. MARTINS
REINHARDT A. FUCK*

Revista Brasileira de Geociências 22(3):257-261, setembro de 1992

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Palavras chave: Minerais auríferos, arsenopirita, morfologia, sistema hidrotermal, mecanismos de deposição, reações eletroquímicas.

RESUMO

A morfologia dos grãos de ouro e de arsenopirita que ocorrem nos veios e no halo de alteração hidrotermal do depósito Maria Lázara (Goiás) foi estudada sob microscópio óptico com luz refletida e com microscópio eletrônico de varredura (MEV). A arsenopirita revelou feições de deformação, de recuperação e texturas de corrosão (microcavidades de dissolução), as quais indicam a percolação de fluidos tardios. As espécies auríferas analisadas mostraram uma ampla variedade de formas que fornecem evidências dos mecanismos de sua precipitação após a intensa sulfetação do metabasalto. As relações texturais e químicas da associação ouro-arsenopirita demonstram que a deposição do ouro, tanto nos veios como no halo hidrotermal, independe dos processos de deformação e recristalização metamórfica da arsenopirita ou da matriz hidrotermalizada. A precipitação do ouro livre diretamente do fluido hidrotermal após a deposição da arsenopirita pode estar relacionada com: 1. a oxidação do fluido hidrotermal e, 2. reações eletro-químicas promovidas pela elevada conduti vidade elétrica dos sulfetos preexistentes. Marcas na superfície dos minerais auríferos do estágio tardio de deposição sugerem mudanças pós-deposicionais nas condições físicoquímicas do fluido hidrotermal. Essas mudanças durante a evolução do sistema hidrotermal no depósito Maria Lázara favoreceram processos de remobilização dos minerais auriferos, contribuindo para a distribuição errática dos teores de ouro no nível mineralizado.


MORPHOLOGY OF GOLD MINERALS AND ARSENOPYRITE IN THE MARIA LÁZARA DEPOSIT (GUARINOS, GOIÁS) AND ITS IMPLICATION IN THE DEPOSITION MECHANISMS

Keywords: Gold minerals, arsenopyrite, morphology, hydrothermal system, depositional mechanisms, electro-chemical reactions.

ABSTRACT 

Morphology of gold and arsenopyrite grains occurring in the hydrothermal alteration halo of the Maria Lázara deposit (Goiás) was studied using optical and scanning electron microscopy. Arsenopyrite displays deformational and recovery features associated with corrosion textures (dissolution microcavities) due to late stage percolation fluids. The gold minerals investigated show a wide variety of forms which indicate the precipitation mechanism that operated after intense metabasalt sulphidation. Textural and chemical relationships of the gold-arsenopyrite association demonstrate that gold deposition in the veins and the hydrothermal halo was independent from the deformation and metamorphism mechanisms of arsenopyrite and hydrotermalized matrix. Gold precipitation from hydrothermal fluid after the arsenopyrite deposition can be related with: 1. oxidation of hydrothermal fluid and, 2. electro-chemical reactions due to high conductivity of the sulphide surfaces. Gold minerals associated with the latest deposition stage exhibit abundant features on their surface, suggesting post-depositional changes in physico-chemical conditions of the hydrothermal fluid. These changes during the evolution of the hydrothermal system at the Maria Lázara gold deposit lead to remobilization processes resulting in the erratic distribution of gold grade within the ore zone.