UnB - Instituto de Geociências - Produção Científica
RESUMOS/ABSTRACTS de artigos publicados em revistas com corpo editorial


ESTUDO PETROLÓGICO DE ALGUNS FRAGMENTOS TECTÔNICOS DA MELANGE OFIOLÍTICA EM ABADIÂNIA (GO): II - CROMITA PRIMÁRIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES METAMÓRFICAS 

ADELIR J. STRIEDER
ARIPLÍNIO A. NILSON

Revista Brasileira de Geociências 22(3)353-362, setembro de 1992

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Palavras chave: Cromita, química mineral, melange ofiolítica de Abadiânia.

RESUMO

As ocorrências de cromita nos corpos de serpentinito alojados nos Metassedimentos Araxá têm sido descritas como podiformes. Isto é feito principalmente com base nas feições texturais observadas, já que as análises químicas são escassas e genéricas. Este artigo apresenta os resultados de uma aprofundada análise petrográfica e petroquímica dos cromititos presentes nos corpos deformados, mas se pôde reconhecer texturas primárias do tipo: schlieren disseminada a maciça com glomeropórfiros. nodular e globular. Os grãos individuais de cromita são grossos e subédricos-anédricos; possuem núcleo com cor cinza escura homogênea e bordos cinza-claro extremamente corroídos no contato com a clorita. Com base na petrografia e na petroquímica, sugere-se duas fases de transformação metamórfica para a cromita: 1. cromita com Al + antigorita cromita com Fe (III) + clorita com Al. caracterizada pela acentuada trocade Al3+; 2. cromita com Fe (III) + clorita com A1A cromita com Fe (III) + clorita com Al e Cr + hematita + rutilo. que envolve a retirada de Cr3+ para formar a clorita avermelhada de bordo e de Fe3++Ti4+ara formar as exoluções de hematita + rutilo. A cromita primária e a metamórfica também são quimicamente fáceis de distinguir. A cromita Fe (III) possui razão Cr3+/Cr3+ + Al3+ superior a 0,45 e razão Mg2+/Mg2+ + Fe2+ entre 0,8 eO,4, além de decréscimos importantes de Cr3+, com aumento de Fe na segunda fase de transformação metamórfica. Os núcleos de cromita cinza-escura têm composição muito restrita: razão Cr3+/Cr3++Al3+ entre 0,33 e 0,39 e razão Mg2+/Mg2+ + Fe2+ entre 0,8 e 0,6; representam, assim, a composição da cromita primária podiforme.


PETROLOGICAL STUDY OF SOME TECTONIC FRAGMENTS OF THE OPHIOLITIC MELANGE IN THE ABADIÂNIA REGION (GO): II - THE PRIMARY CHROMITE AND METAMORPHIC MODIFICATIONS

Keywords: Chromite, mineral chemistry, Abadiânia ophiolitic melange.

ABSTRACT 

The chromite occurrences of the serpentinite bodies emplaced in the Araxá metasediments have long been described as podiform. This is chiefly based on their textura! features, since the chemical analysis are scarce. This paper shows the results of a careful petrographic and petrochemical study of the chromitites present in the Abadiânia (GO) serpentinite bodies. The chromitites are variably deformed, but it is yet possible to recognize primary textures such as: glomeroporphyric disseminated to massive schlieren, nodular and globular. The individual grains are coarse and subhedral to anhedral; they have homogeneous dark-gray core and light-gray bordures extremely corroded in contact with chlorite. Based on petrography and petrochemistry, two phases of metamorphic transformation of the chromite are suggested: 1. Aluminian chromite+antigorite -> ferrian chromite+aluminian chlorite, characterized by the accentuated Al3+ change; 2. Ferrian chromite-f aluminian chlorite -> ferrian chromite + Aluminian chromian chlorite + hematite+rutile. involving the remotion of Cr3+ to form contact reddish chlorite and of Fe3++Ti4+ to form the hematite+rutile, exsolutions. The primary and metamorphic chromite are also chemically easy to be distinguished. The ferrian chromite has Cr3+/Cr3+ + Al3+ ratio greater than 0,45 and Mg2+/Mg2+ + Fe2+ between 0,8 and 0,4, besides important Cr3+ decreases and Fe increases of the second metamorphic transformation. The dark-gray chromite cores have a very restrictive composition: Cr3+/Cr3+ + Al3+ ratio between 0,33 and 0,39 and Mg2+/Mg2++Fe2+ ratio between 0,8 and 0,6; then, this composition represents the original podiform chromite.