UnB - Instituto de Geociências - Produção Científica
RESUMOS/ABSTRACTS 


IDADE E SIGNIFICADO DO SISTEMA DE CISALHAMENTO MOIPORÁ-NOVO BRASIL NO ARCO MAGMÁTICO DE GOIÁS: NOVOS DADOS U-Pb SHRIMP E Sm-Nd

ARAÚJO, JOÃO G. M.
PIMENTEL, MÁRCIO M.
ARMSTRONG, RICHARD

In: Congresso Brasileiro de Geologia, 41, João Pessoa, 2002, SBG. Anais, 1: 486-486.

Palavras chave: zona de cisalhamento Moiporá, Arco Magmático, U-Pb SHRIMP

RESUMO

    O sistema de cisalhamento Moiporá-Novo Brasil localiza-se na porção sudoeste de Goiás, destaca-se em imagens de radar em extensão superior a 250 Km e largura de aproximadamente 50 Km. Este sistema possui direção NS com ramificações para NE e NW na forma de arcos abertos e, na sua porção norte, separa duas importantes unidades geotectônicas na região, o arco magmático intraoceânico neoproterozóico e rochas arqueanas do Maciço de Goiás.
    Dados isotópicos Sm/Nd obtidos neste trabalho na porção sul deste sistema, entre as cidades de Novo Brasil-São Luis de Montes Belos-Mossâmedes, revelaram idades modelo (TDM) que podem ser agrupadas em três intervalos, 1163 a 971 Ma, 2004 a 1792 Ma e  1490 a 1446 Ma. O primeiro conjunto de idades modelo (TDM) indica rochas formadas a partir de magmas juvenis neoproterozóicos, integrantes do Arco Magmático de Goiás. O segundo conjunto com TDM (2004 a 1792 Ma) representa provavelmente a fusão de crosta siálica transamazônica da região. O terceiro conjunto de idades modelo TDM  (1490 a 1446 Ma) representa mistura entre uma fonte neoproterozóica e outra mais antiga, talvez do Paleoproterozóico. Uma idade modelo (TDM)  de  3029 Ma obtida de um gnaisse próximo a Serra Dourada é a mais antiga encontrada e representa uma fonte local de idade arqueana. O granito de Messianópolis que ocorre próximo à cidade homônima revelou idade U-Pb SHRIMP de 542 ± 4  Ma  para sua cristalização.
    Esses resultados comprovam a presença do Arco Magmático de Goiás nesta região com ocorrência de rochas mais antigas intercaladas. A idade de cristalização do granito de Messianópolis, que é tardi a pós-tectônico, revela para a região uma das últimas movimentações do sistema de cisalhamento Moiporá-Novo Brasil, fornecendo um limite superior para sua formação.
    Este sistema poderá representar uma descontinuidade muito importante na evolução neoproterozóica do cinturão de dobramentos Brasília e é neste contexto que investiga-se a possibilidade dessa estrutura ser um limite de blocos crustais, uma zona de sutura brasiliana associada ao ambiente do arco magmático ou simplesmente um limite de terrenos e que poderá ter tido reativações distensivas no Paleozóico.