UnB - Instituto de Geociências - Produção Científica
RESUMOS/ABSTRACTS
Estudos de Isótopos de Sm-Nd na Jazida Aurífera Mina III, Greenstone Belt de Crixás, Goiás: Implicações nas Idades Modelo de Sedimentação e de Mineralização
Paulo de Tarso Ferro de Oliveira Fortes
Márcio Martins Pimentel
Roberto Ventura Santos
Sérgio Luiz Junges
In: Congresso Brasileiro de Geologia, 41, 2002, João Pessoa, SBG Nucleo Nordeste. Anais: 492-492.
Palavras chave: Crixás, Mina III, Au, Sm-Nd
O greenstone belt de Crixás (GO), é uma seqüência vulcano-sedimentar constituída, na base, por rochas metavulcânicas ultramáficas e máficas, respectivamente, das formações Córrego Alagadinho e Rio Vermelho, e, no topo, por rochas metassedimentares detríticas e químicas da Formação Ribeirão das Antas.
A seqüência é parte do bloco siálico arqueano exposto na região central da Faixa Brasília, de idade neoproterozóica, e foi, portanto, fortemente retrabalhada pela orogenia Brasiliana.
A Mina III é a jazida aurífera mais importante da região e a mineralização está associada, principalmente, a xistos carbonosos e veios de quartzo (Zona Inferior de Minério) e sulfeto maciço associado a muscovita xisto e clorita-granada xisto (Zona Superior de Minério) alojados em seqüência de rochas carbonáticas Fe-dolomíticas, da unidade metassedimentar de topo.
Dados Sm-Nd de metakomatiitos e metabasaltos da unidade basal indicaram idade de 3,00 ± 0,07 Ga, corroborando dados Pb-Pb e Sm-Nd obtidos em trabalhos anteriores.
A isócrona Sm-Nd construída para granada e rocha total de clorita-granada xisto da Zona Superior de Minério, forneceu idade de 505 ± 7 Ma, sugerindo idade neoproterozóica para a mineralização e confirmando dados Rb-Sr, K-Ar e Ar-Ar anteriormente obtidos.
Entretanto, as idades modelo TDM de rochas metassedimentares do topo, tais como xistos carbonosos da Zona Inferior de Minério e xistos feldspáticos, situam-se, predominantemente, entre 2,33 e 2,49 Ga e demonstram que as mesmas não são arqueanas.
As idades modelo obtidas sugerem que as rochas metassedimentares de topo sejam parte de uma ou mais lâminas de cavalgamento formadas por rochas supracrustais proterozóicas posicionadas tectonicamente sobre os terrenos arqueanos, provavelmente durante a orogenia Brasiliana.