UnB - Instituto de Geociências - Produção Científica
RESUMOS/ABSTRACTS 


História isotópica da deposição de Pb atmosférico em paleosedimentos lacustres de Lagoa feia –GO (Brasil): Dados Preliminares 

Gioia,S.M.C.L.
Pimentel,M.M.
Ferraz-Vicentini,K.
Salgado-Labouriau,M.L.

In: Congresso Brasileiro de Geologia, 41, 2002, João Pessoa, SBG Nucleo Nordeste. Anais: 493 - 493.

Palavras chave: Isótopos de Pb, paleossedimentos, Lagoa Feia

RESUMO

  Na América do Sul, têm-se poucos registros da evolução isotópica do Pb nos períodos pré-industriais, a literatura apenas evidência dados das últimas duas décadas.  Este trabalho visa analisar um testemunho de paleosedimento dos últimos 6.000 anos da Lagoa Feia, ao lado da cidade de Formosa – GO a 60 km de Brasília, no Brasil Central, para a reconstrução do registro da poluição de Pb atmosférico pré-industrial.

A metodologia foi baseada na técnica de Espectrometria de Massa com Fonte de Ionização Termal (TIMS), para determinação tanto do teor, quanto das composições isotópicas de Pb (206Pb/207Pb e 208Pb/206Pb) em alíquotas de lixiviação e na fase residual do material. A evolução das razões isotópicas da fase lixiviada se mostrou comparável com a produção de Pb, durante os últimos 5.000 anos, encontrados no Hemisfério Norte. Registros isotópicos antropogênicos importantes foram detectados entre 2.000 e 3.000 AP., que corresponderiam à atividade de fundição de Pb durante os Impérios Romano e Grego.

Uma boa correlação foi estabelecida com o estudo palinológico de Ferraz-Vicentini (1999), onde os níveis com maior teor de Pb coincidem com os de maior ocorrência de partículas de carvão que tende a estabelecer uma composição mais radiogênica e, portanto, mais próxima do background da época. As partículas de carvão serviram como uma fração conservativa do meio, podendo ser utilizada em cálculos de fator de enriquecimento, ajudando a discriminar entre as contribuições de Pb provenientes de fontes antropogênicas e as fontes naturais.

Mais dados serão necessários, principalmente para se comprovar efetivamente a coerência dos registros nestes 6.000 anos no Brasil Central, visto a inexistência de trabalhos no Hemisfério Sul com paleosedimentos, bem como a inexistência de relatos de uma provável Troca Inter-Hemisféricada atmosfera neste período.