UnB - Instituto de Geociências - Produção Científica
RESUMOS/ABSTRACTS 


O Arco Magmático de Goiás na Região de Anicuns: novos dados Sm-Nd e U-Pb 

Laux, J.H.
Pimentel, M.M.
Dantas, E.L.
Armstrong, R.
Armele, A.

In: Congresso Brasileiro de Geologia, 41, João Pessoa, 2002, SBG. Anais, 1: 496-496.

Palavras chave: Arco Magmático, U-Pb SHRIMP

RESUMO

            A Seqüência Anicuns-Itaberaí e rochas gnáissicas adjacentes têm sido classicamente interpretadas como um prolongamento dos terrenos granito-greenstone arquenos da região da Cidade de Goiás. No entanto, trabalhos recentes baseados em dados isotópicos Sm-Nd mostram que estas rochas são mais jovens, fazendo parte do Arco Magmático de Goiás. Este trabalho apresentará uma síntese e novos dados de Sm-Nd e U-Pb da Seqüência Anicuns Itaberaí e unidades vizinhas. 

Na região de Anicuns quatro unidades geológicas são reconhecidas: o embasamento granito-gnáissico, a Seqüência Anicuns-Itaberaí, a Seqüência Córrego da Boa Esperança, e o Complexo Córrego Seco, além de vários corpos intrusivos graníticos. As rochas do embasamento granito-gnáissico analisadas possuem T(DM) entre 1422 e 1608 Ma. Os valores isotópicos de Nd das amostras da Seqüência Anicuns-Itaberaí podem ser separados em duas populações. As  rochas metasedimentares possuem T(DM) entre 1820 e 2010 Ma, enquanto que as metavulcânicas mostram idades T(DM) mais jovens que as metasedimentares, próximas a 1Ga, típicas do Arco Magmático de Goiás. A Seqüência Córrego da Boa Esperança não apresenta uma diferença tão pronunciada entre os T(DM) das rochas metassedimentares e metavulcânicas, com T(DM) entre 823 e 1369 Ma para as primeiras e entre 915 e 1124 Ma para as segundas. As rochas intrusivas nas seqüências acima, os granitos e o Complexo Córrego Seco, também possuem assinatura semelhante às rochas do Arco Magmático de Goiás T(DM) próximos a 1Ga.

            Os dados U-Pb da área de estudo ainda são preliminares. O Gnaisse Palminópolis, situado no chamado Complexo Gnáissico, considerado embasamento da seqüência, apresenta idade 637±19, enquanto as rochas da seqüência possuem idades U-Pb próximas a 800 Ma. As idades TDM  entre ca. 1.4 e 1.6 para os gnaisses Palminópolis mostram que o magma original foi contaminado com material com assinatura isotópica de Nd mais antiga (Paleoproterozóico?).

Os dados mostram que as rochas da região de Anicuns fazem parte do evento tectono-termal Brasiliano/Pan-Africano, compatíveis com as rochas Neoproterozóicas juvenis do Arco Magmático de Goiás, com uma contribuição Paleoproterozóica nos sedimentos para a Seqüência Anicuns-Itaberaí.