EVOLUÇÃO DOS CINTURÕES GRANULÍTICOS DA 
PROVÍNCIA ESTRUTURAL TOCANTINS, GOIÁS

Manfredo Winge - GEO-IG/UnB
José Caruso Moresco Danni - GMP-IG/UnB 

(Sinopse da palestra)

CONTEXTO TECTONO-ESTRATIGRÁFICO

OS TERRENOS GRANULÍTICOS (TG) DO BRASIL CENTRAL INTEGRAM A INFRAESTRUTURA GRANULITO-GNÁISSICA (MACIÇO MEDIANO DE GOIÁS PRO PARTE) DAS FAIXAS DOBRADAS PROTEROZÓICAS URUAÇU E BRASÍLIA DA PROVÍNCIA ESTRUTURAL TOCANTINS (ALMEIDA ET AL,1981), CUJA ORGANIZAÇÃO TECTÔNICA FOI MOLDADA, PRINCIPALMENTE, DURANTE A OROGÊNESE BRASILIANA COM A COLISÃO NEOPROTEROZÓICA ENTRE OS CRATONS DO AMAZONAS, A W, E SÃO FRANCISCO, A E.

OS TG APRESENTAM, SISTEMÁTICAMENTE, LIMITES TECTONIZADOS. RETROMETAMORFISMO E HIDRATAÇÃO NESTAS ZONAS FALHADAS SIMULAM, MUITAS VEZES, CONTATOS TRANSICIONAIS COM ROCHAS DE FÁCIES METAMÓRFICOS MAIS BAIXOS OU QUE TENHAM SE METAMORFIZADO SOB FORTE PH2O.

OS TG FAZEM PARTE DE DOIS BLOCOS CRUSTAIS (>300 X 80-100 KM) LIMITADOS A LESTE POR SUTURA DEFINIDA GRAVIMÉTRICAMENTE (ASSUMPÇÃO ET AL 1985; MARNAGONI,1994) ATRAVÉS DE FORTE ANOMALIA BOUGUER (~60 MGAL)

O BLOCO AO NORTE, COM DIREÇÃO NE-SW, CONTEM OS COMPLEXOS MÁFICO-ULTRAMÁFICOS CANA BRAVA, NIQUELÂNDIA E BARRO ALTO E O BLOCO AO SUL, EM NW-SE, CONTEM O COMPLEXO GRANULÍTICO ANÁPOLIS-ITAUÇU.

ESTES BLOCOS SÃO SEPARADOS POR ACIDENTE ESTRUTURAL, A MEGAINFLEXÃO DOS PIRENEUS ONDE OS LINEAMENTOS LITO-TECTÔNICOS ASSUMEM DIREÇÕES E-W.

EM CADA BLOCO, AS DIREÇÕES PRINCIPAIS (NE-SW E NW-SE) ENTRECORTAM-SE, COMPONDO UM MOSAICO DE BLOCOS MENORES LIMITADOS POR ZONAS DE FRAQUEZA MUITO ANTIGAS, COMO A DA FALHA TAQUARUÇU (> DE 2,1 GA, PIMENTEL ET AL,1990) E QUE FORAM RETOMADAS EM VÁRIOS EVENTOS PROTEROZÓICOS DE EXTENSÃO E DE ENCURTAMENTO CRUSTAL, CONDICIONANDO, FORTEMENTE, A EVOLUÇÃO TECTOGENÉTICA DE TODA REGIÃO DAS FAIXAS URUAÇU/BRASÍLIA.

CARACTERIZAÇÃO E COMPARAÇÃO ENTRE 
OS COMPLEXOS DOS BLOCOS NORTE E SUL

NOS COMPLEXOS AO NORTE DA MEGAINFLEXÃO OCORREM, COM MERGULHOS MÉDIOS PARA W, AS SEGUINTES UNIDADES LITO-TECTÔNICAS, DE E PARA W, SEPARADAS POR FALHAS:

(1)CONJUNTO GRANULITIZADO INTEGRADO POR:

(A) SUITE MÁFICO-ULTRAMÁFICA ACAMADADA (PERIDOTITOS, PIROXENITOS, GABRO NORITOS), DERIVADA DE VOLUMOSO MAGMATISMO THOLEÍTICO, COM ENRIQUECIMENTO EM FE (BAIXA FO2) PARA OS TERMOS MAIS EVOLUÍDOS;

(B) SUITE MÁFICA A FÉLSICA, DERIVADA DE MAGMATISMO HÍBRIDO COM EMPOBRECIMENTO EM FE PARA OS TERMOS MAIS EVOLUIDOS (INTERPRETADO COMO DECORRENTE DE PROGRESSIVA INCORPORAÇÃO DE FASES FUNDIDAS DA ENCAIXANTE SIÁLICA). OCORRE EM STOCKS DE META-GABRO-DIORITOS, QZ-DIORITOS ATÉ GRANITOS INTRUSIVOS NA SUITE ACAMADADA, CARACTERIZANDO-SE POR FREQUENTE FÁCIES DE BRECHAS COM XENÓLITOS, ALGUNS ANGULOSOS, DE VÁRIOS TIPOS DE ROCHAS (LEPTINITOS, MÁRMORES, PERIDOTITOS, ETC.. SENDO MAIS COMUNS METANORITOS MUITO FINOS) 

(C) NO COMPLEXO BARRO ALTO REGISTRAM-SE, AINDA, TERRENOS COM EXTENSÕES VARIADAS DE LEPTINITOS, GRANADA QUARTZITOS FELDSPÁTICOS, LOCALMENTE ASSOCIADOS COM ROCHAS CÁLCIO-SILICÁTICAS, E METANORITOS FINOS INTERPRETADOS, ANTERIORMENTE, FÁCIES VULCANOQUÍMICAS DE SISTEMA OFIOLÍTICO, MAS, HOJE, REINTERPRETADOS COMO RESTOS DE ENCAIXANTE E DE TETO (CROSTA SIÁLICA) E COMO BORDAS RESFRIADAS (METANORITOS FINOS) DAS INTRUSÕES. 

(2)SEQUÊNCIA PLUTÔNICA TROCTOLITO-GABRO-ANORTOSÍTICA, METAMORFIZADA NA FÁCIES ANFIBOLITO BARROVIANO E SOB ALTA PH2O (GRANADA ANFIBOLITOS BANDADOS), DERIVADA DE MAGMATISMO, PROVAVELMENTE ALTO Al E ALTA fO2, NÃO-COGENÉTICO DO DAS SUITES MÁFICO-ULTRAMÁFICAS GRANULITIZADAS VISTOS OS TRENDS GEOQUÍMICOS DE ENRIQUECIMENTO EM Fe, OS PADRÕES DE ETR E INCOMPATÍVEIS DISTINTOS, E A INEXISTÊNCIA DE INTRUSÕES COM XENÓLITOS TÃO COMUNS NA UNIDADE GRANULITIZADA QUE OCORRE ESTRUTURALMENTE ABAIXO;

(3) SEQUÊNCIA VULCANO-SEDIMENTAR COM ANFIBOLITOS BASAIS DERIVADOS DE BASALTOS DE FUNDO OCEÂNICO, GNAISSES FINOS RIODACÍTICOS E PACOTE METAPELÍTICO, METAMORFIZADA NA FÁCIES ANFIBOLITO BARROVIANO


O CONJUNTO GRANULITIZADO CAVALGA, LOCALMENTE COM TRANSPURRÕES EM RAMPAS LATERAIS, UM EMBASAMENTO GRANITO-GNÁISSICO NÃO GRANULITIZADO E ATINGE O NÍVEL ESTRUTURAL DA FÁCIES XISTO VERDE (GRUPOS ARAXÁ E PARANOÁ) CARACTERIZANDO ACENTUADA ALOCTONIA DOS COMPLEXOS MÁFICO-ULTRAMÁFICOS JUNTO À ZONA DE SUTURA. 
OLIVINA-GABROS CORONÍTICOS, ASSOCIADOS COM ANFIBOLITOS MACIÇOS E GRANADA ANFIBOLITOS BANDADOS (CORRELACIONADOS COM A SEQUÊNCIA TROCTOLITO-GABRO-ANORTOSÍTICA) MOSTRAM, EXCEPCIONALMENTE (SA. DA FIGUEIRA NO COMPLEXO BARRO ALTO), CONTATOS NÃO-FALHADOS E FÁCIES (MICROGABROS) TRANSICIONAIS COM OS METABASALTOS (ANFIBOLITOS) DA SEQUÊNCIA VULCANO-SEDIMENTAR. 
OS PADRÕES DE ETR E MULTI-ELEMENTAR SÃO IDÊNTICOS, INDICANDO (WINGE & DANNI,1994) A COGENETICIDADE MAGMÁTICA ENTRE ESTAS ROCHAS PLUTÔNICAS E SUPRACRUSTAIS.

A TERMOBAROMETRIA (WINGE,1995) DAS COROAS REACIONAIS (~4KBAR OU ~10 KM DE PROFUNDIDADE E 600oC) INDICA ALTO GRADIENTE GEOTÉRMICO, DIFERENTE DO TREND BARROVIANO DO METAMORFISMO REGIONAL, O QUE LEVA A INTERPRETAR ESTAS COROAS COMO TARDI-MAGMÁTICAS DE INTRUSÕES DERIVADAS DE MAGMATISMO RELACIONADO AO DOS TROCTOLITO-GABROANORTOSITOS, MAS RECORRENTE E EM AMBIENTE DE FUNDO OCEÂNICO, VISTA A COGENETICIDADE COM OS METABASALTOS.

NO COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU PREDOMINAM GNAISSES CHARNO-ENDERBÍTICOS, LEPTINÍTICOS, KINZIGÍTICOS.. COM INDÍCIOS (PADRÃO ETR EM LEPTINITOS) DE PARTICIPAÇÃO DE TERRENOS TTG ARQUEANOS. 

LENTES, BANDAS, BOUDINS.. DE GRANULITOS MÁFICOS OCORREM ENTREMEADOS COM ESSES GRANULITOS ÁCIDOS, SENDO INTERPRETADOS COMO DIQUES E SILLS E/OU PEQUENOS COMPLEXOS ACAMADADOS INTRUDIDOS NA CROSTA SIÁLICA DURANTE EXTENSÃO LITOSFÉRICA E DEFORMADOS, ROMPIDOS E TRANSPOSTOS POR VÁRIOS EVENTOS TECTÔNICOS (ÂNGULOS BAIXOS SÃO COMUNS) DE EXTENSÃO E COMPRESSÃO QUE ATUARAM SOBRE ESTE CONJUNTO EM FASES DIVERSAS. 

ONDE ASSOCIADOS COM ROCHAS CÁLCIO-SILICÁTICAS, ENTRETANTO, TALVEZ REPRESENTEM METABASALTOS DE SEQUÊNCIAS (ARQUEANAS?) VULCANO-SEDIMENTARES (P.EX. PROXIMO A NERÓPOLIS). 
DIVERSOS STOCKS MÁFICO-ULTRAMÁFICOS GRANULITIZADOS OCORREM NO COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU E SÃO CORRELACIONADOS COM AS SEQUÊNCIAS ACAMADADAS E GRANULITIZADAS DOS COMPLEXOS AO NORTE VISTOS O CONTEXTO GEOLÓGICO E A DERIVAÇÃO DE MAGMA (THOLEITICO, BAIXA fO2) ANÁLOGOS.

ENTRETANTO, APRESENTAM IMPORTANTES DIFERENÇAS COM OS COMPLEXOS AO NORTE: ALÉM DAS (1) DIMENSÕES MENORES, APRESENTAM-SE (2) ENCAIXADOS EM LEPTINITOS E OUTROS GRANULITOS ÁCIDOS, OU SEJA, ISOFACIALMENTE COM POUCA OU NENHUMA ALOCTONIA. ALÉM DISSO, (3) NÃO APRESENTAM SUÍTE MÁFICO-FÉLSICA INTRUSIVA, RICA EM XENÓLITOS, NEM (4) A ASSOCIAÇÃO ESPACIAL TÍPICA COM SEQUÊNCIA TROCTOLITO-GABRO-ANORTOSÍTICA E COM SEQUÊNCIA VULCANO-SEDIMENTAR.

TAIS DIFERENÇAS ENTRE OS COMPLEXOS AO NORTE E AO SUL SÃO ATRIBUÍDAS A REGIMES TECTÔNICOS DISTINTOS DURANTE O RIFTEAMENTO PALEO A MESO- PROTEROZÓICO (ARAÍ, Sa DA MESA, ARAXÁ), MAIS SEVERO E LOCALIZADO AO NORTE, PROPICIANDO: 
(1) GRANDE AFLUXO MAGMÁTICO JUNTO À BASE DA CROSTA AFINADA E 
(2) EVOLUÇÃO TECTÔNICA ATÉ A FORMAÇÃO DE BACIAS OCEÂNICAS (SEQUÊNCIAS VULCANO-SEDIMENTARES) COM ESTÁGIO INTERMEDIÁRIO DE PLUTONISMO TROCTOLITO GABRO-ANORTOSÍTICO EM CROSTA TRANSICIONAL. 
JÁ, AO SUL, O COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU TERIA DESENVOLVIMENTO INTRA-SIÁLICO COM AFLUXO MAGMÁTICO EPISÓDICO E DISTRIBUIDO POR ÁREAS TENSIONADAS MAIS AMPLAS.

CONDIÇÕES GEODINÂMICAS NAS
FASES DE GRANULITIZAÇÃO

A ANÁLISE ESTRUTURAL/TEXTURAL INDICA TEREM OCORRIDO, DURANTE A GRANULITIZAÇÃO, PROCESSOS ITERATIVOS DE COMINUIÇÃO (MILONITIZAÇÀO A SECO) E BLASTESE SEDIADOS EM FAIXAS FORTEMENTE TECTONIZADAS E RECRISTALIZADAS ENTRE ZONAS, COM ESPESSURAS VARIADAS, QUE PRESERVAM ESTRUTURAS E TEXTURAS RELIQUIARES OU GRANOBLÁSTICAS, SEM DESENVOLVER FOLIAÇÃO.

NÃO É VERIFICADA ECLOGITIZAÇÃO (OPX+PL=GT+CPX ==>> P>10 KBAR) NAS FÁCIES NORÍTICAS E AS DETERMINAÇÕES TERMO-BAROMÉTRICAS INDICAM UMA TRAJETÓRIA PTt DE SENTIDO PROVAVELMENTE HORÁRIO E AUGE METAMÓRFICO:

7 A 8,5 KBAR E 700 A 900O C

CONCLUI-SE QUE A GRANULITIZAÇÃO OCORREU EM AMBIENTE DINAMICAMENTE ATIVO, NAS CONDIÇÕES DA FÁCIES GRANULITO DE BAIXA PRESSÃO, COM ALTO GRADIENTE GEOTÉRMICO E A PROFUNDIDADES <30 km, SEM DESENVOLVER PARAGÊNESES DE PRESSÃO ELEVADA QUE INDICARIAM GRANULITIZAÇÃO NA LAPA DE CROSTA DUPLICADA POR COLISÃO OROGÊNICA, OU SEJA, A GRANULITIZAÇÃO OCORREU EM AMBIENTE DE ESTIRAMENTO LITOSFÉRICO COM ELEVAÇÃO DE ISOTERMAS ASTENOSFÉRICAS.

ADEQUAÇÃO DO MODELO
ÀS IDADES DETERMINADAS 
FASES DE GRANULITIZAÇÃO

AS IDADES DA FASE RIFT MOSTRAM GRANDE LAPSO DE TEMPO: 
VULCANISMO E SUBVULCANISMO ARAÍ=1,77 Ga (PIMENTEL ET AL,1991)
GRANITOGÊNESE ESTANÍFERA A ~ 1,6 Ga (BOTELHO & PIMENTEL,1993)
SUÍTE MÁFICO-FÉLSICA E GABROANORTOSÍTICA=1,56 A 1,73 Ga (FERREIRA FILHO ET AL,1994; SUITA ET AL,1994)


A EVOLUÇÃO DOS COMPLEXOS AO NORTE ATÉ RIFTS OCEÂNICOS IMPLICA EM UMA TECTÔNICA COMPRESSIONAL SUBSEQUENTE E EM UM LAPSO DE TEMPO LIMITADO (<200 Ma?) PARA PROVOCAR A OBDUCÇÃO DAS BACIAS OCEÂNICAS SOBRE A SEQUÊNCIA GABRO-ANORTOSÍTICA E DESTA SOBRE A SEQUÊNCIA MÁFICO-ULTRAMÁFICA, EVITANDO O COLAPSO TOTAL DA LITOSFERA OCEÂNICA POR SUBDUCÇÃO. 

AS IDADES Rb/Sr DE METAMORFISMO COM 1,1 A 1,3 Ga QUE FORAM DETERMINADAS POR VÁRIOS AUTORES NA REGIÃO CENTRO-OESTE (GIRARDI ET AL,1978; FUCK ET AL,1988; CORREIA,1994) APONTAM, ASSIM, PARA UMA PROVÁVEL TECTOGÊNSE URUAÇUANA, MESMO QUE COM DIMENSÕES E INTENSIDADE LIMITADAS.


O MODÊLO GEODINÂMICO DA GRANULITIZAÇÃO, COMPATÍVEL COM OS DADOS E O QUADRO GEOLÓGICO APRESENTADOS, É O DE FORTE AQUECIMENTO DA BASE CRUSTAL ASSOCIADO AO ESTIRAMENTO LITOSFÉRICO, AINDA NA FASE DE RIFT E SUCEDENDO AS FASES DE INTRUSÃO DAS DUAS SUITES GRANULITIZADAS.

ENTRETANTO, AS IDADES BRASILIANAS (770 A 820MA) DETERMINADAS PARA O METAMORFISMO GRANULÍTICO (FERREIRA FILHO ET. AL.,1994; SUÍTA ET AL.,1994), OU SEJA ~800 MA APÓS A FASE RIFT, INDICAM A SEPARAÇÃO CAUSAL DOS EVENTOS RELACIONADOS AO RIFT E À GRANULITIZAÇÃO.

ASSIM, A GRANULITIZAÇÃO DEVE ESTAR RELACIONADA A EVENTO DE ESTIRAMENTO LITOSFÉRICO DURANTE FASE TAFROGÊNICA DO LONGO CICLO BRASILIANO, POSTERIORMENTE (CERCA DE 50 Ma) À FORMAÇÃO DE ARCOS DE ILHA NO OCEANO QUE OCORRIA A OESTE (TERRENOS DE ACRESÇÃO GERADOS HÁ ± 860 Ma - PIMENTEL ET AL,1993), PROVAVELMENTE AFETANDO A BASE CRUSTAL DE MARGENS CONTINENTAIS (AO NORTE) E DE REGIÕES INTRASIÁLICAS (AO SUL).

A FASE DA PRINCIPAL COLISÃO BRASILIANA DO TIPO A OCORREU, PROVAVELMENTE, HÁ ±650 MA, OU SEJA 150 MA APÓS A GRANULITIZAÇÃO (WINGE,1995), QUANDO SE DEU, TAMBÉM, O ACOPLAMENTO DOS SISTEMAS DE ARCOS DE ILHA ("PORANGATU, AO NORTE, E "ARENÓPOLIS", AO SUL), A REATIVAÇÃO DAS ANTIGAS FALHAS LÍSTRICAS, AGORA COMO FALHAS DE EMPURRÃO, E O METAMORFISMO PENETRATIVO REGIONAL.


A ASCENSÃO DAS ÁREAS GRANULITIZADAS DEU-SE POR FALHAMENTOS INVERSOS EM DUAS ETAPAS PRINCIPAIS RETRATADAS POR PARAGÊNESES RETROMETAMÓRFICAS: 
(1) NA FÁCIES ANFIBOLITO ALTO A MÉDIO, COINCIDENTE COM AS PARAGÊNESES TIPOMORFAS DAS SEQUÊNCIAS ANORTOSÍTICAS E VULCANO-SEDIMENTARES DO NORTE E DE GABROS, DIORITOS, ANORTOSITOS E GRANITOS INSERIDOS NO COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU AO SUL; 
(2) NA FÁCIES EPIDOTO-ANFIBOLITO A XISTO VERDE, TÍPICA DAS SEQUÊNCIAS METASSEDIMENTARES PROTEROZÓICAS. 

ESTA ÚLTIMA FÁCIES RETRATA A COLOCAÇÃO ALÓCTONE FINAL DOS COMPLEXOS GRANULITIZADOS POR OBDUCÇÃO DA INFRACROSTA UTILIZANDO OS PLANOS TECTÔNICOS ANTIGOS DURANTE A MÁXIMA COMPRESSÃO OROGENÉTICA.

A FORMAÇÃO DE PSEUDO-TAQUILITOS, BASTANTE COMUNS NOS GRANULITOS, PROVAVELMENTE OCORREU DURANTE OS MOVIMENTOS OROGENÉTICOS TARDIOS JÁ EM CONDIÇÕES DE CROSTA ELÁSTICA.