UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

ABSTRACTS
DE CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS DO IG/UnB
ANO
1998

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Assine et al.,1998 

FORMAÇÃO IAPÓ: GLACIAÇÃO CONTINENTAL NO LIMITE ORDOVICIANO/SILURIANO DA BACIA DO PARANÁ

MÁRIO LUÍS ASSINE*
CARLOS J. S. ALVARENGA** 
JOSÉ ALEXANDRE J. PERINOTTO"

* Unesp/IGCE/Departamento de Geologia Sedimentar assine@caviar.igce.unesp.br
** UnB/IG/Departamento de Geologia Geral e Aplicada

Revista Brasileira de Geociências(1998), 28(1): 51-60. 

Palavras chave: Formação lapó, Glaciação Ordoviciana-Siluriana, Bacia do Paraná

RESUMO:

A Formação lapó é uma unidade delgada e de ampla distribuição geográfica na Bacia do Paraná. Apresenta-se geralmente com menos de 20m de espessura, ocorrendo descontinuamente numa área de várias centenas de milhares de quilómetros quadrados. Diamictitos maciços constituem a principal fácies, ocorrendo seixos facetados e estriados, sendo considerados tilitos subglaciais. A associação de fácies inclui também diamictitos estratificados, conglomerados, arenitos maciços e fácies pelíticas com seixos caídos. A Formação lapó é produto de glaciação no limite Ordoviciano/Siluriano e sua correlação com unidades de outras bacias gondwânicas sugere máximo glacial no Ashgilliano terminal. A Formação lapó é recoberta por folhelhos marinhos eollandovcrianos da Formação Vila Maria. É proposto modelo de glaciação continental, com geleiras avançando sobre sistemas marinhos rasos, para explicar a origem da Formação lapó.

IAPÓ FORMATION: CONTINENTAL GLACIATION IN THE ORDOVICIAN/SILURIAN BOUNDARY OF THE PARANÁ BASIN

Keywords: lapó Formation, Ordovician-Silurian Glaciation, Paraná Basin,

ABSTRACT:

The lapó Formation is a thin and widespread unit, generally less than 20 m thick and covering discontinuously an área of hundreds of thousand square kilometers. The main fácies is massive diamictites, which display pebbles and cobbles in a mud matrix, some of them faceted and striated. The massive diamictites are considered subglacial tillites. The fácies association includes stratified diamictites, conglomerates, massive and stratified sandstones, and fine laminated fácies with dropstones. The glaciation in the Ordovician/Silurian boundary is well constrained and its correlation with other Gondwanan basins suggests maximum glacial in the late Ashgillian age. The lapó Formation is overlain by early Llandovery post-glacial transgressive shales of the Vila Maria Formation. It is herein proposed a modcl of glaciomarine stratigraphic architecture in a glaciated continental margin to explain the origin of the lapó Formation.


  • Botelho & Moura,1998
  • Granite-ore deposit relationships in Central Brazil

    Nilson F. Botelho
    Márcia A. Moura

    Journal Of South American Earth Sciences(1998),11(5):427-438

    Abstract

    Ore deposits related to granitic rocks in Central Brazil are associated with different Paleo- to Mesoproterozoic granite types. Sn and Au are the economic ore elements with important indium concentrations in some tin deposits. Tin mineralization is related to an A-type granite province, in the State of Goiás, composed of two distinct granite groups of 1.77 Ga and 1.58 Ga ages. The most important tin deposits are closely related to the younger group, hosted in or near to Li-mica±topaz leucogranites. Despite the chemical differences, both groups are enriched in F, Sn, Rb, Y, Th, Nb, Ga and REE. Their Nb/Ta>1 and their high F/Li ratios allow their classification as a NYF fertile granite association. Recent studies reveal indium concentrations that might be recoverable as by-product of tin. Besides indium minerals and In-bearing phases, cassiterite is the most important indium carrier (0.2--0.4% In). Primary gold mineralization is hosted in oxidized I-type calc-alkaline plutons in the northern Mato Grosso State, with characteristics either of volcanic arc or post-collisional granites. Gold occurs in small high grade vein type deposits or is disseminated in widespread hydrothermal zones with alteration such as sericitization, feldspathization and pyritization. d34S values between +1.3 and +3.5‰ of associated sulfides are typical of magmatic deposits. The association of gold with oxidized I-type granites and the style of hydrothermal alteration are analogous to those associations present in world-class porphyry-style deposits. Although the tectono-magmagtic setting of these granites is not well understood, such an association constitutes an important target in the search for gold in the northern region of the State of Mato Grosso.


    Coelho & Freitas-Silva,1998

    THE STRUCTURAL CONTROL OF THE GOLD DEPOSITS OF THE FAZENDA MARIA PRETA GOLD DISTRICT AT RIO ITAPICURU GREENSTONE BELT, NORTHEASTERN BRAZIL

    CARLOS EDUARDO SILVA COELHO
    FLÁVIO HENRIQUE FREITAS SILVA

    Revista Brasileira de Geociências (1998), 28(3): 367-376. 

    Keywords: gold mineralization, shear zones, structural elements, quartz veins

    ABSTRACT

    The Fazenda Maria Preta gold district comprises a group of individual shear-zone-hosted gold deposits located in the northern part of the Rio Itapicuru greenstone belt (RIGB), northeast Brazil. The deposits are limited to the Maria Preta unit, which is represented by rocks of andesitic composition with some interlayered pyroclastic and sedimentary rock lenses, and some dacitic and dioritic bodies, metamorphosed to the greenschist facies. The deformation in the area is characterised by a well developed NS-trending foliation dipping around 60°W, with an associated stretching lineation shallowly plunging predominantly towards the north. The zones where this foliation is more intensively developed (lithologic contacts) were defined as shear zones (SZ-I to IV). In relation to the tectonic setting of the RIGB these zones correspond to 2n order shear zones, parallel to the NS striking Main Shear Zone. In these zones, the main structural fabrics observed were mylonitic foliation and stretching lineation. These elements define a sinistral strike-slip deformation generated by a dominant non-coaxial simple shear component, within ductile-brittle to brittle-ductile domains, with minor oblique-reverse transpressive or oblique-normal transtensive motions. The analysis of the kinematic indicators determine an oblate finite strain ellipsoid and weak to moderate tectonic deformation. The mineralized quartz veins, hosted in the shear zones, are mainly shear-type veins parallel to the mylonitic foliation, and minor extensional veins. The oreshoots present a tabular geometry, which constitute the primary control of the mineralization. A secondary control is the stretching lineation, which reorients the original tabular oreshoots parallel or perpendicular to its plunge. The quartz veins are generally massive or brecciated, and textures of open space filling are rare, indicating that the fractures jacked apart abruptly due to high fluid pressure. The field relations and the internal deformation features of the veins indicate that they were formed or emplaced at different stages during the deformation event. The model of emplacement of the veins proposed for the area, is analogous to the fault-valve model of Sibson et al. (1988).


    O CONTROLE ESTRUTURAL DOS DEPÓSITOS DE OURO DO DISTRITO AURÍFERO DE FAZENDA MARIA PRETA, GREENSTONE BELTDO RIO ITAPICURU, NORDESTE DO BRASIL 

    Palavras chave: mineralização aurífera, zonas de cizalhamento, elementos estruturais, veios de quartzo

    RESUMO

    O Distrito Aurífero de Fazenda Maria Preta compreende um grupo de depósitos individuais encaixados em zonas de cizalhamento, localizados na parte norte do greenstone belt Rio Itapicuru (GBRI), no nordeste do Brasil. Os depósitos estão inseridos na unidade Maria Preta, que corresponde a rochas de composição andesítica com intercalações piroclásticas e de rochas sedimentares e alguns corpos dacíticos e dioríticos, sendo o conjunto metamorfizado no fácies xisto verde. A deformação na área está caracterizada por uma bem desenvolvida foliação NS, mergulhando em torno 60°W, com lineações de estiramento de baixo mergulho predominantemente para norte. As zonas onde essa foliação é mais intensamente desenvolvida (contatos litológicos) foram definidas como zonas de cisalhamento (ZS-I to IV). Em relação ao ambiente tectônico do GBRI, essas zonas correspondem a zonas de cizalhamento de 2* ordem, paralelas à Zona Principal de Cizalhamento. Nessas zonas, os principais elementos estruturais observados foram foliações miloníticas e lineações de estiramento. Esses elementos definem uma deformação transcorrente sinistrai gerada por uma componente de cisalhamento simples dominantemente não-coaxial, em domínios dúctil-frágeis à frágil-dúcteis, com movimentos subordinados oblíquo-reversos ou oblíquonormais. A análise dos indicadores cinemáticos determina um elipsóide de deformação finito oblato e deformação tectônica frágil a moderada. Os veios de quartzo mineralizados, encaixados nas zonas de cizalhamento, correspondem principalmente a veios de cizalhamento paralelos à foliação milonítica e, subordinamente, veios em extensão. Os corpos de minério apresentam uma geometria tabular, que constitui o controle primário da mineralização. O controle secundário é dado pela lineação de estiramento, a qual reorienta os corpos de minérios tabulares paralelamente ou perpendicularmente ao seu plunge. Os veios de quartzo são geralmente maciços ou brechados e texturas de preenchimento de espaços vazios são raras, indicando que as fraturas se separaram abruptamente devido a altas pressões de fluido. As relações de campo e as feições de deformação interna dos veios indicam que os mesmos foram formados ou encaixados em diferentes estágios durante o evento deformacional. O modelo de formação dos veios proposto para a área é análogo ao modelo fault-valve de Sibson et al. (1988).


  • Cruz & Kuyumjian,1998
  • THE GEOLOGY AND TECTONIC EVOLUTION OF THE TOCANTINS GRANITE-GREENSTONE TERRANE: ALMAS-DIANÓPOLIS REGION, TOCANTINS STATE, CENTRAL BRAZIL

    EMILIO LENINE CARVALHO CATUNDA DA CRUZ
    RAUL MINAS KUYUMJIAN

     Revista Brasileira de Geociências(1998), 28(2): 173-182. 

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    Keywords: Granite-greenstone terrane, Archaean tectonics, Tocantins State, Brazil

    ABSTRACT

    The geology of Almas-Dianopolis region consists of a granite-greenstone terrane partially covered by Proterozoic metasedimentary units. The greenstone belt can be subdivided in two sequences. The first sequence, named Corrego do Paiol Formation, is composed of high-Fe basaltic flows, locally pillowed, and includes rare occurrences of komatiitic basalts. The second sequence, named Morro do Carneiro Formation, comprises a monotonous sequence of sericitic phyllites, as well as beds of chemical and clastic sediments. Both sequences were subjected to medium- to low- pressure metamorphism and variable temperatures in greenschist to amphibolite facies (Ml). Metamorphism was accompanied by a deformation event (Dn) that resulted in vertical sedimentary strata and contacts. Granitoid emplacement enhanced thermal conditions during Dn event, as suggested by amphibole exchange vectors - edenite and tschermakite substitutions are dominant. These granitoid bodies form large granite gneiss complexes that intruded the greenstone belts during or at the close of the Dn event. The granitoids are grouped in two suites: Suite 1 comprises amphibole-bearing tonalite, granodiorite, trondhjemite, quartz-monzodiorite and quartz-diorite; and Suite 2 is composed of tonalite, trondhjemite, granodiorite and monzogranite with biotite. Both suites have calc-alkaline tonalitic-trondhjemitic chemical affinities. Contact relationships, deformation style of wall rocks, fabric development and different source rocks illustrate a complex history of granite-gneiss terrane evolution. Later Dn+i strike-slip shear zones partially obliterated Dn structural features in the greenstone belts, but their effects were restricted in the granite-gneiss domains.


    GEOLOGIA E EVOLUÇÃO TECTÔNICA DOS TERRENOS GRANITO-GREENSTONE BELT DE TOCANTINS: REGIÃO DE ALMAS-DIANÁPOLIS, ESTADO DE TOCANTINS, BRASIL CENTRAL

    Palavras chave: Terreno granito-greenstone, Tectonica arqueana, Estado do Tocantins, Brasil

    RESUMO

    O terrene granito-greenstone do sudeste do Estado do Tocantins e parcialmente recoberto por unidades metassedimentares proterozoicas. Na regiao de Almas-Dianopolis o greenstone belt pode ser subdividido em duas sequências de rochas supracrustais. A primeira, denominada Formação Corrego do Paiol, é composta por derrames basalticos de alto-Fe, localmente almofadados, e inclui raros derrames de basaltos komatiiticos. A segunda, denominada Formacao Morro do Carneiro compreende uma seqiiencia monotona de filitos sericiticos com camadas intercaladas de rochas sedimentares clasticas e quimicas. Ambas as sequencias foram afetadas por metamorfismo de baixa a média pressao e temperaturas variaveis do facies xisto-verde a anfibolito. O metamorfismo foi acompanhado por um evento deformacional (Dn) que resultou na verticalizacao dos estratos sedimentares e contatos geologicos. O posicionamento de corpos granitoides acentuou as condições termais prevalecentes durante Dn, como sugerido pelos vetores de troca do anfibolio (substituições de edenita e tschermaquita). Estes granitoides constituem complexes granito-gnaissicos intrusivos nos greenstone belts sin a tardi Dn. Tonalitos, granodioritos, trondhjemitos, quartzo-monzodiorito e quartzo-diorito ricos em anfibolio foram agrupados na Suite 1. Tonalitos, trondhjemitos, granodioritos e monzogranitos com biotita foram agrupados na Suite 2. Ambas as suites sao calci-alcalinas tonalito-trondhjemiticas. Redoes de contato, estilo de deformafao das rochas encaixantes, desenvolvimento de fabrica e diferentes rochas fontes ilustram uma complexa estoria para a formagao dos complexes granito-gnaissicos. Zonas de cisalhamento direcionais (Dn+i) posteriores obliteraram parcialmente as estruturas Dn nos dominios de greenstone belt, mas seus efeitos foram restritos nos dominios granito-gnaissicos.


    D'el-Rey Silva & Senna Filho,1998 

    OURO EM SERICITA-QUARTZO HIDROTERMALITOS CONTROLADOS POR CISALHAMENTOS CONJUGADOS BRASILIANOS, NA REGIÃO DE CAVALCANTE (GO), BRASIL CENTRAL

    LUIZ JOSÉ HOMEM D'EL-REY SILVA
    VIRDÁLIO SENNA FILHO

    Revista Brasileira de Geociências 28(3):405-408, setembro de 1998

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    GOLD IN SERICITE-QUARTZ HYDROTHERMALITES CONTROLED BY BRASILIANO CONJUGATE SHEAR ZONES IN THE CAVALCANTE (GO) REGION, CENTRAL, BRAZIL

    ABSTRACT

    In the Cavalcante area, north-northeastern part of the Goiás State, Central Brazil (coordinates 47° 30 - 47° 20 W and 13° 40 -13° 50 S), about eighty lens-shaped bodies of sericite-quartz S-C mylonites have been mapped and most of them are along dextral, ENE- and sinistrai WNW-trending, sub-vertical, ductile-brittle shear zones that intercept each other and cross-cut both the Archean-Paleoproterozoic basement and the Mesoproterozoic Araí Group. The shear zones stretch for 1-5 km whereas the Au-bearing bodies are much shorter and have an average width about 20-30 m. Seventy of these bodies have been sampled and contain gold in variable amounts, whereas the remaining ten bodies have not been prospected yet. The Cavalcante shear zone (dextral) is one of such structures and encloses the Cavalcante Mine, which has been producing gold (and platinum) since 1750, from underground operations in a 60 m-long segment of the Cavalcante sericite-quartz mylonite body, which is about 500 m-long, 20-25 m-wide and displays a sub-vertical, N60°-70°E trending C foliation, and a N10°-30°E trending S foliation dipping around 75° -80° to ESE. Abundant geology and chemistry data from drill holes and underground galleries have allowed to state that the Cavalcante orebody is an amalgamation of several lenses displaying a map-view sigmoidal geometry with 10-20 m-long axis parallel to the S foliation and a 3-5 m-long short axis in the perpendicular direction. They plunge about 80° to ENE and are continuous at depth for several tens of meters, as demonstrated by the mining operations. Gold occurs as generally sub-mm flattened grains controlled along the foliation planes and the higher grades are associated with ore displaying a hydrothermal alteration characterized at least by pyrite, tourmaline, magnetite and carbonate minerals. Detailed structural relationships clearly demonstrate that the mineralisation is syn-tectonic and the deformation was progressive, as Au-bearing syn-tectonic siliceous veins emplaced sub-parallel to the S-C planes or along synthetic R planes (possibly R' planes as well) were also sheared and washed by Bo-bearing fluids. An absolute age determination of the mineralisation is still missing, but the conjugate pair of shear zones fits well with a nearly E-W trending maximum horizontal stress that is entirely compatible with the Brasiliano event already documented in the surroundings of Cavalcante. The tens of Au-bearing bodies of hydrothermalite along the shear zones places the Cavalcante area in the rank of those with a very high potential for gold exploration.


    Ferreira Filho et al.,1998

    Amphibolite to granulite progressive metamorphism in the Niquelândia Complex, Central Brazil: regional tectonic implications

    a C.F. Ferreira Filho
    a R. De Moraes
    b J.J. Fawcett
    b A.J. Naldrett

    a Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília-DF, 70910-900, Brazil
    b University of Toronto, Department of Geology, Toronto, M5S 3B1, Canada

    Journal of South American Earth Sciences(1998),11(1):35-50

    Resumo

    O Complexo de Niquelândia constitui uma extensa intrusão máfico-ultramáfica acamadada de idade proterozóica. Deformação dúctil com recristalização metamórfica associada ocorre de forma generalizada ao longo de zonas de cisalhamento dúctil. Bandas ricas em alumina e sílica (com espessura geralmente inferior a poucos metros) ocorrem eventualmente nas porções centrais das zonas de cisalhamento. O grau metamórfico varia progressivamente desde o fácies anfibolito no topo da estratigrafia ígnea até o fácies granulito na base da estratigrafia ígnea. As três zonas metamórficas mapeadas: zona do fácies anfibolito, zona de transição e zona do fácies granulito são paralelas á estratigrafia ígnea. As rochas metabásicas mostram uma mudança progressiva na associação mineral, textura e na composição do anfibólio em uma seção transversal às três zonas metamórficas. Com o aumento do grau metamórfico, anfibolito (hbl+pl ± cpx ± grt ± ep) grada para hornblenda granulito (hbl+pl+cpx+opx) que, por seu turno, grada para granulito máfico anidro (pl+cpx+opx). O conteúdo de Ti, AlIV e Na+K do anfibólio aumenta progressivamente com o grau metamórfico. As bandas ricas em alumina e sílica apresentam cianita na zona do fácies anfibolito e silimanita na zona do fácies granulito.Dados geotermobarométricos indicam condições de P-T para o pico do metamorfismo na zona do fácies anfibolito da ordem de 700°C e 6-8 kbars, enquanto a zona do fácies granulito apresenta temperaturas superiores a 800°C. Reações retrometamórficas observadas em rochas ricas em quartzo da zona do fácies granulito são indicadas pela transformação de silimanita em cianita e pela presença de coroas de reação de sil+grt entre as fases de pico de metamorfismo hc+qtz. Essas reações retrometamórficas são fortemente dependentes da temperatura e sugerem um caminho retrogressivo para os granulitos do Complexo de Niquelândia caracterizado por um período inicial de resfriamento essencialmente isobárico. Idades U-Pb em zircão indicam a mesma idade para o metamorfismo da zona do fácies anfibolito e da zona do fácies granulito. Este fato corrobora a hipótese de que a região estudada representa uma única e contínua seção crustal. A zonação metamórfica é interpretada como uma seção oblíqua através da crosta continental. Esta interpretação é reforçada por anomalias gravimétricas emparelhadas e pela presença de uma extensa zona milonítica na base da seção, além da justaposição de rochas de alto grau e baixo grau através da zona milonítica basal.

    Abstract

    The Niquelândia Complex is a major Proterozoic mafic and ultramafic layered intrusion in central Brazil. Ductile deformation and associated metamorphic recrystallization are widespread along ductile shear zones. Bands of alumina and silica-rich rocks (less than few meters thick) occur in the central parts of these ductile shear zones. Metamorphic grade, ranging from amphibolite to granulite facies, increases progressively downward in the layered intrusion stratigraphy. The three mapped metamorphic zones: amphibolite zone, amphibolite-granulite transition zone and granulite zone, are parallel to the intrusion stratigraphy. Metabasites show progressive changes in mineral assemblages, texture, and Ca-amphibole composition in a traverse covering the three metamorphic zones. With increasing metamorphic grade, amphibolites (hbl+pl ± cpx ± grt ± ep) give way to hornblende granulites (hbl+pl+cpx+opx) and anhydrous mafic granulites (pl+cpx+opx). The Ti, AlIV and Na+K content of amphiboles increase progressively with metamorphic grade. Quartz-rich rocks have kyanite as the Al2SiO5 polymorph in the amphibolite zone, whereas sillimanite occurs in the granulite zone.Geothermobarometry and mineral stability data indicate P-T conditions of peak metamorphism at about 700°C and 6-8 kbars in the amphibolite zone and temperatures higher than 800°C in the granulite zone. In quartz-rich rocks of the granulite zone, retrogressive processes are indicated by reaction coronas of sil+grt between peak metamorphic assemblages of hc+qtz and replacement of sillimanite by kyanite. These reactions have an appreciable temperature dependence and together they indicate a retrogressive path characterized by an initial period of nearly isobaric cooling. Previously reported U-Pb zircon dating demonstrates the coeval nature of the amphibolite and granulite facies metamorphism and supports the notion that the entire terrain represents a single continuous crustal section. The metamorphic age is well constrained in the 770-795 Ma interval, indicating the importance of the Neoproterozoic (Brasiliano tectono-magmatic geodynamic Cycle) continent-continent collision event in the region. The large scale gradational metamorphic zonation is interpreted as an oblique cross-section through the continental crust. This interpretation is also supported by a regional linear paired gravity anomaly and a large mylonitic zone at the base of the section, and by the juxtaposition of high-grade against low-grade rocks at the basal fault zone.


    Fischel et al.,1998

    IDADE DO METAMORFISMO DE ALTO GRAU NO COMPLEXO ANÁPOLIS-ITAUÇU, GOIÁS, DETERMINADA PELO MÉTODO Sm-Nd

    DANIELLE PIUZANA FISCHEL
    MÁRCIO MARTINS PIMENTEL
    REINHARDT ADOLFO FUCK

     Revista Brasileira de Geociências(1998), 28(4): 543-544. 

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    Palavras chave: granulitos, Faixa Brasília, Brasiliano

    RESUMO

    No Complexo Anápolis-Itauçu, em Goiás, estão expostos granulitos ortoderi vados de composição granítica e básica/ultrabásica, granulitos aluminosos para derivados e corpos graníticos intrusivos de caráter predominantemente peraluminoso. Uma amostra de granitóide metamorfisado na fácies granulito, contendo silimanita e granada, foi investigada pelo método Sm-Nd. A isócrona mineral incluindo análises em concentrados de granada, monazita e biotita, revelou uma idade de 633 ± 28 Mae ENd(T) de ca. -7.0. Essa idade é interpretada como indicadora do evento de alto grau metamórfico registrado nessa rocha e representa a primeira idade tipicamente Brasiliana (600 ± 30 Ma) de rochas de alto grau na Faixa Brasília.

    THE AGE OF HIGH GRADE METAMORPHISM IN THE ANÁPOLIS-ITAUÇU COMPLEX, GOIÁS, DETERMINED BY THE Sm-Nd METHOD 

    Keywords: granulites, Brasília Belt, Brasiliano

    ABSTRACT

    The Anápolis-Itauçu Complex, in Goiás, is a high-grade terrane including granites, mafïc-ultramafic bodies as well as sediments, ali metamorphosed in granulite facies. One sample of a granitoid body metamorphosed in granulite facies, containing sillimanite and garnet, was investigated using the Sm-Nd method. The mineral isochron, including analyses of garnet, monazite and biotite concentrates, indicates an age of 633 ± 28 Ma and 8Nd(T) of ca. -7.0. This is interpreted as the best estimate so far of the age of the high-grade metamorphism in the Anápolis-Itauçu Complex and represents the first typically Brasiliano (600 ± 30 Ma) age for high-grade rocks in the Brasília Belt.


    Frantz et al.,1998

    GÊNESE E EVOLUÇÃO DOS FLUIDOS ENVOLVIDOS NA ALTERAÇÃO HIDROTERMAL E NA MINERALIZAÇÃO DE ESTANHO EM GRANITOS DO RIO GRANDE DO SUL

    JOSÉ CARLOS FRANTZ
    CARLOS EDUARDO COELHO
    NILSON FRANCISQUINI BOTELHO

     Revista Brasileira de Geociências 28(3):301-306, setembro de 1998

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    Palavras chave: fluidos hidrotermis, mineralização, granitos

    RESUMO

    A mineralização de estanho na região leste do Escudo Sul-rio-grandense está associada a dois tipos de rochas graníticas cujo posicionamento e alteração hidrptermal foram controlados por zonas de cisalhamento transcorrente. Leucogranitos a duas micas da Suíte Intrusiva Cordilheira são sin a tardi-cinemáticos e têm alteração hidrotermal pervasiva, como na Mina Cerro Branco. Biotita granitóides da Suíte Intrusiva Campinas são tardi a pós-cinemáticos e têm alteração hidrotermal limitada a zonas de cúpula, como na Mina Campinas. Situações intermediárias podem ocorrer, como no caso da Mina Tabuleiro. A mineralização é constituída por cassiterita em greisen e veios de quartzo associados, onde foram obtidos os dados de inclusões fluidas. A relação textural de inclusões aquo-carbônicas, aquosas e carbônicas indica uma relação inversa entre as minas Cerro Branco e Campinas. Na Cerro Branco as inclusões em zonas de núcleo de grãos são aquosas com salinidade moderada e em margem recristalizada e fraturas são carbônicas e aquo-carbônicas de salinidade baixa. Na Mina Campinas o caráter precoce é das inclusões aquo-carbônicas e carbônicas, com as aquosas sendo tardias. A relação implica em que os primeiros fluidos aprisionados ao longo de zonas de alteração hidrotermal estavam associados aos granitóides da Suíte Intrusiva Cordilheira e foram essencialmente aquosos. A salinidade equivalente entre 7 e 8% em peso de NaCl pode indicar uma origem que resultou da interação de fluidos ortomagmáticos com fluidos aquosos da encaixante milonítica. O segundo aporte ao sistema hidrotermal ocorreu com a entrada de fluidos carbônicos e aquo-carbônicos metamórficos contendo proporções variadas de H2O, CO2, CH4 e N2 e gerados a partir de xistos carbonosos encaixantes por ação térmica dos corpos da Suíte Intrusiva Campinas. A indicação de um processo de mistura para as inclusões aquo-carbônicas pode representar uma interação entre os dois tipos anteriores de fluidos. O influxo de COa vapor ao sistema hidrotermal pode ter auxiliado na formação de veios de quartzo, pela precipitação de sílica causada por um decréscimo da atividade da água em solução. De forma simultânea, ocorreu o aprisionamento de porções de fluidos misturados, como inclusões do tipo Lwc. As temperaturas de homogeneização total das inclusões aquo-carbônicas, consideradas como mínimas de aprisionamento das inclusões, são de 200,360 e 330°C, respectivamente, para as minas Cerro Branco, Campinas e Tabuleiro. O aprisionamento das soluções pode ter ocorrido entre 1,5 e 3Kb. Na Mina Cerro Branco, os valores entre 2 e 7Kb podem decorrer da atuação da deformação transpressiva concomitante à circulação dos fluidos hidrotermais associados aos granitos da Suíte Intrusiva Cordilheira.

    GENESIS AND EVOLUTION OF FLUIDS INVOLVED IN THE HYDROTHERMAL ALTERATION AND TIN
    MINERALIZATION IN GRANITES OF RIO GRANDE DO SUL

    Keywords: hydrothermal fluids, mineralization , granites

    ABSTRACT

    The tin mineralization in the eastern region of the Sul-rio-grandense shield is associated to two types of granitic rocks whose emplacement and hydrothermal alteration were controlled by transcurrent shear zones. Two-mica leucogranites of the Cordilheira Intrusive Suite are syn- to late-kynematic and present pervasive hydrothermal alteration, as at Cerro Branco Mine. Biotite granitoids of the Campinas Intrusive Suite are late-to post-kynematic and their hydrothermal alteration is limited to the apical zones, as at Campinas Mine. Intermediate situations occur at the Tabuleiro Mine. Cassiterite mineralization is hosted in greisen and quartz veins. Fluid inclusion data were obtained in quartz from mineralized veins. The textural relationship between aqueous-carbonic, aqueous and carbonic inclusions indicates a in verse relation between the Cerro Branco and Campinas mines. The inclusions in core zones of quartz at the Cerro Branco Mine are aqueous with médium salinity, while later inclusions in recrystallized margins and fractures are carbonic to low salinity aqueous-carbonic. On the other hand, at the Campinas Mine early inclusions are aqueous-carbonic to carbonic whereas late fluids are aqueous. This relationship suggests that the earliest fluids trapped during hydrothermal alteration were aqueous and associated to the granites of the Cordilheira Intrusive Suite. The salinity is 7-8wt% NaCleq and might indicate the interaction between orthomagmatic fluids and aqueous fluids from the mylonitic wall rocks. The second input in the hydrothermal system was of carbonic to aqueous-carbonic fluids of metamorphic origin, with variable proportions of H2O, CO2, CH4 and N2, originated by the thermal influx of the Campinas-type granitoids upon the country carbonaceous schists. A mixture process between these fluids could be represented by the aqueous-carbonic inclusions. The influx of COa vapour in the hydrothermal system may enhance silica precipitation, caused by a decreasing in water activity, to produce quartz veins. Coevally, mixed fluids were trapped as inclusions of the Lwc-type. The total homogenization temperatures of the aqueous-carbonic inclusions are 200, 360 and 330°C for the Cerro Branco, Campinas and Tabuleiro mines, respectively. Estimated trapping conditions for the fluids are between l .5 and 3Kb. At the Cerro Branco Mine, values between 2 and 7Kb could be the result of transpressive deformation coeval with the circulation of hydrothermal fluids related to the granites of the Cordilheira Intrusive Suite.


    Kuyumjian,1998 

    MAFIC DIKE SWARMS OF THE GOIÁS MASSIF. CENTRAL BRAZIL.

    RAUL MINAS KUYUMJIAN

    Revista Brasileira de Geociências (1998), 28(1): 45-50. 

    Keywords: mafic dikes, geochemistry, Goiás Massif, Brazil.

    ABSTRACT

    Three mafic dike swarms occur in lhe Goiás Massif. The earliest dikes cut Archaean granitoid-greenstone terranes partially overlain by Proterozoic metasedimentary units, underwent metamorphism of the greenschist to amphibolite fácies and consist of low-titanium (<2% TiO2) basaltic rocks chemically similar to N-MORB. Unmetamorphosed but locally sheared dikes cut archaean and proterozoic rocks, have 2 to 3% TiO2 and are more like Deccan continental flood basalts. They were probably emplaced during the late stage of the Brasiliano cycle. Younger mafic dikes of the Goiás Massif are unmetamorphosed and undeformed, enriched in TiO2 (>3%0) and chemically similar to Deccan continental flood basalts. The emplacement of these dikes was probably related to the fragmentation of Gondwana during Mesozoic. The geochemical similarities between the Neoproterozoic and Mesozoic dikes of the Goiás Massif support the inference that the geochemical features of the Mesozoic mantle were inherited frorrï processes that occurred during the Proterozoic.

    OS ENXAMES DE DIQUES MÁFICOS DO MACIÇO DE GOIÁS, BRASIL CENTRAL.

    Palavras chave: Diques máficos, geoquímica, Maciço de Goiás, Brasil.

    RESUMO: 

    Relações de campo e litogeoquímica permitiram indivualizar três enxames de diques máficos no Maciço de Goiás. O enxame mais antigo compreende diques que secionam terrenos granhóide-gi-eenstone, são recobertos por rochas mctassedimentares proterozóicas e foram metamorfisados nas fácies xisto verde ou anfibolito. Esses diques mostram concentrações de TiO2 inferiores a 2% e apresentam similaridade química com basaltos do tipo N-MORB. Diques não metamorfisados, mas localmente cisalhados, secionam rochas arqueanas e proterozóicas do Maciço de Goiás e foram posicionados, provavelmente, nos estágios finais de deformação do Ciclo Brasiliano (~600 Ma). Esses diques apresentam concentrações de TiO2 entre 2 e 3% e são quimicamente semelhantes aos basaltos continentais da província do Deccan. O enxame de idade mais recente compreende diques sem deformação ou metamorfismo, mais ricos em TiO2 (>3%) e com composição química também semelhante aos basaltos do Deccan. O posicionamento destes diques ocorreu, provavelmente, no Mesozóico, durante a fragmentação do Gondwana.


    Kuyumjian,1998

    Kyanite-staurolite ortho-amphibolite from the Chapada region, Goiás, central Brazil 

    Raul Minas Kuyumjian 

    Mineralogical Magazine Volume(1998):62(4):501- 507 

    Abstract

    This study deals with the kyanite-staurolite assemblage from a metabasite (ortho-amphibolite) in the Chapada area of the Neoproterozoic Mara Rosa volcano-sedimentary sequence of Goiás state, Brazil. It is closely associated with hydrothermally altered rocks and contains the assemblage hornblende, epidote, quartz, kyanite, staurolite, plagioclase and rutile. The staurolite from the amphibolite shows lower values of SiO2 and higher values of MgO, MnO, ZnO and Xmg than those in staurolites from the metasediments of the same area. In the Al-Na-Ca-(Fe+Mg) diagram, the amphibolite plots in the aluminous part of the diagram and the phase volume encloses the area of mafic volcanic bulk compositions. Field relations and compositions in both kyanite-staurolite amphibolite and staurolite are consistent with formation of this amphibolite as a result of metamorphism of metasomatised basalts.


    Ludka et al.,1998

    On the origin of incompatible element enrichment in the Venda Nova pluton, State of Espírito Santo, southeast Brazil

    a I.P. Ludka
    a C.M. Wiedemann
    b C. Töpfner

    a Department of Geology, Institute of Geosciences, UFRJ, Ilha do Fundão, CEP 20949-910, Rio de Janeiro, RJ , , Brazil
    b Institut für Allgemeine und Angewandte Geologie der Universität München (LMU), Luisenstrasse 37, D-80333 München, , , Germany

    Journal of South American Earth Sciences(1998),11(5):473-486

    Resumo

    O pluton de Venda Nova está localizado na porção central do Cinturão Móvel Costeiro, de idade Brasiliana, no sul do Estado do Espírito Santo. Está relacionado ao arco magmático tardi- a pós colisional gerado pelo fechamento do sistema orogênico Pan-Africano--Brasiliano. As rochas gradam de gabronoritos, monzodioritos a sienomonzonitos, com caracyterísticas geoquímicas das séries calcio-alcalinas de alto K. Pequenos corpos graníticos ocorrem no bordo do pluton, gerados provavelmente pela fusão dos paragnaisses encaixantes. Os gabronoritos, monzodioritos e sienomonzonitos mostram concentrações de em Ba, Sr e ETRL maior que o observado para os basaltos de ilha oceânica (OIB). O grau de enriquecimento para esses elementos é notável, mesmo para a rocha mais básica, um olivina-gabronorito cumulado que ocorre associado aos gabronoritos. Tais enriquecimentos são acompanhados de empobrecimento em elementos HFS e ETRP para todos os litotipos, e Rb e K, para as rochas mais básicas. Essa assinatura geoquímica anômala também é observada para outros magmatitos similares e diversas ocorrências básicas no Cinturão Móvel Costeiro. A origem desse enriquecimento poderia ser atribuída, direta ou indiretamente a uma contaminação crustal. As rochas encaixantes e granitos regionaisa presentam teores de Ba, Sr e ETRL iguais ou inferiores aos encontrados no pluton de Venda Nova, o que, junto com outras características geoquímicas, excluem essas rochas como a fonte dos enriquecimentos observados. Sugere-se que os altos valores em elementos incompatíveis pode estar relacionado a uma fonte mantélica enriquecida, visto que o fenômeno se repete em diversos outros tipos de rochas básicas e alcalinas ocorrentes na região, de idades e contextos geológicos distintos.

    Abstract

    The Venda Nova pluton, central portion of the Brasiliano Coastal mobile belt, southern region of the State of Espírito Santo, SE Brazil, is part of a late- to post-collisional magmatic arc, formed at the end of the Pan-African--Brasiliano orogeny. These rocks form a high-K calc-alkalic suite, including gabbro-norites, monzodiorites and syeno-monzonites. Minor granitic bodies at the border zone of the pluton are probably related to melting of paragneisses during igneous emplacement, as demonstrated by their geochemistry. Concentrations of Ba, Sr and LREE in the syeno-monzonites, monzodiorites and gabbro-norites are higher than those found in ocean island basalts (OIB) and might be attributed to direct or indirect crustal contamination. Primitive-mantle normalised spidergrams indicate Rb and K depletion in the more basic rocks, and HFSE and HREE depletion for all rocks. Such geochemical signatures are also observed for many other similar igneous rocks and basic occurrences in the Brasiliano Coastal mobile belt. Ba, Sr and LREE contents of granites and regional gneisses are lower than in the Venda Nova complex and together with other geochemical characteristics cannot be regarded as the source for the enrichment in these elements observed in the Venda Nova pluton. It is suggested that the source for the Venda Nova pluton as well as for other similar plutons and basic rocks from this region, was an enriched primitive mantle. Long-lived mantle anomalies in the region have been identified by a number of studies of Phanerozoic volcanic rocks.


    Marques et al.,1998

    EVENTOS ÍGNEOS DA SUÍTE METAMÓRFICA PORONGOS NA ÁREA DA ANTIFORME CAPANÉ, CACHOEIRA DO SUL - RS.

    JULIANA CHARÃO MARQUES
    HARDY JOST
    ARI ROISENBERG
    JOSÉ CARLOS FRANTZ

     Revista Brasileira de Geociências(1998), 28(4): 419-430 

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    Palavras chave: litoquímica, metavulcânicas, metagranitóides, gnaisses alcalinos, Antiforme Capané, Suite Metamórfica Porongos

    RESUMO

    Na área da Antiforme Capané, a Suite Metamórfica Porongos, do Neoproterozóico, possui uma grande variedade litológica de protólitos ígneos. Estes incluem metavulcânicas félsicas, intermediárias e maricas, metagranitóides e gnaisses alcalinos. Dados de óxidos de elementos maiores e menores e de elementos traço, incluindo ETR, das rochas metavulcânicas félsicas são compatíveis com suites cálcio-alcalinas e das metavulcânicas intermediárias e máficas com suites transicionais a toleiíticas. O conteúdo elevado de ETR e LILE e as relações de campo sugerem vulcanismo associado à subducção de crosta oceânica sob um continente preexistente, provavelmente representado pêlos Gnaisses Encantadas, do Paleoproterozóico. As relações de campo e os dados químicos indicam que o metagranitóide é uma intrusão de filiação cálcio-alcalinas, sin-cinemática à deformação principal da Suite Metamórfica Porongos. Os gnaisses alcalinos são pré-cinemáticos e podem representar um magmatismo associado a um evento extensional anterior ou concomitante à fase de bacia da Suite Porongos. A presença de metachert nas rochas metavulcânicas e as relíquias de textura de tufos das metavulcânicas félsicas indicam que o vulcanismo foi, em parte, sub-aquoso e explosivo.

    IGNEOUS EVENTS OF THE PORONGOS METAMORPHIC SUITE IN THE CAPANÉ ANTIFORM AREA, CACHOEIRA DO SUL, SOUTEHRN BRAZIL

    Keywords: litochemistry, metavolcanics, metagranitoids, alkaline gneisses, Capané Antiform, Porongos Metamorphic Suite

    ABSTRACT

    The Neoproterozoic Porongos Metamorphic Suite, Southern Brazil, has a large lithologic variety of igneous protoliths in the Capané Antiform area. These include felsic, intermediate and mafïc metavolcanic rocks, metagranitoids and alkaline gneisses. Major and minor oxides and trace elements, including REE, indicate that the felsic metavolcanics are similar to calcalkaline suites, while intermediate and mafïc metavolcanic rocks are transitional to tholeiitic. The high REE and LILE contents, and the fïeld relations suggest that the volcanism can be explained by means of subduction of an oceanic crust under a pre-existing continent, probably represented by the Paleoproterozoic Encantadas Gneisses. The fïeld relations and chemical composition of the metagranitoids are compatible with a calcalkaline intrusion sin-kinematic in relation to the main deformation event of Porongos Metamorphic Suite. The alkaline gneisses are pre-kinematic and could represent a rift event that took place before or simultaneously with the basin stage of the Porongos Suite. The intercalation of metachert in metavolcanic rocks and the relicts of tuff textures of felsic metavolcanics indicate that at least part of the volcanism occurred as sub-aqueous eruptions, in part explosive.


    Marques et al.,1998

    ROCHAS METASSEDIMENTARES, GEOLOGIA ESTRUTURAL E METAMORFISMO DA SUÍTE METAMÓRFICA PORONGOS NA ÁREA DA ANTIFORME CAPANÉ, CACHOEIRA DO SUL - RS

    JULIANA CHARÃO MARQUES
    HARDY JOST
    ARI ROISENBERG
    JOSÉ CARLOS FRANTZ

     Revista Brasileira de Geociências(1998), 28(4): 467-472 

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    Palavras chave: Rochas metassedimentares, milonitização, metamorfismo retrogressivo, Ciclo Brasiliano, Antiforme Capané, Suíte Metamórfica Porongos

    RESUMO

    A unidade metassedimentar da Suíte Metamórfica Porongos na área da Antiforme Capané é caracterizada por uma espessa unidade de metapelitos com intercalações de quartzito e lentes de mármore e de metaconglomerado oligomítico, seguida de metavulcânicas máficas a félsicas, intrusões graníticas tardi a pós-cinemáticas e corpos tectonicamente imbricados de rochas ultramáficas e gnaisses alcalinos. A natureza das rochas metassedimentares sugerem sedimentação em ambiente de mar raso, com vulcanismo sub-aquoso. As rochas da antiforme são interpretadas como de idade neoproterozóica. As feições texturais e estruturais das rochas da Antiforme Capané indicam uma deformação não-coaxial e milonítica, com formação de duas foliações. A foliação S1 é local e está superposta por S2, predominante. Ambas foram formadas por cisalhamento durante o transporte tangencial para nordeste, paralelo ao Cinturão Dom Feliciano. As zonas de alto strain se destacam como longas cristas de milonitos e filonitos. Todo o conjunto foi dobrado de forma suave nos estágios finais da deformação, gerando a antiforme. As associações minerais de S1 indicam metamorfismo na fácies anfibolito inferior e de S1 na fácies xisto verde médio a superior. No flanco leste, rochas com associações minerais resultantes de graus metamórficos contrastantes colocadas lado-a-lado e, no flanco oeste, as ocorrências de rochas ultramáficas e gneisses alcalinos são evidências de blocos tectonicamente justapostos. Rochas que ocorrem na porção leste da antiforme, próximo à zona de charneira, com associações minerais da fácies xisto verde inferior podem representar porções de topo da sequência.

    METASEDIMENTARY ROCKS, STRUCTURE AND METAMORPHISM OF THE PORONGOS METAMORPHIC SUITE IN CAPANÉ ANTIFORM ÁREA, CACHOEIRA DO SUL, RS (SOUTHERN BRAZIL)

    Keywords: Metasedimentary rocks, mylonitization, retrograde metamorphism, Brasiliano Cycle, Capané Antiform, Porongos Metamorphic Suite

    ABSTRACT

    The Capané Antiform is a structure sustained by rocks of the Porongos Metamorphic Suite, which consists of a thick unit of metapelites, with minor quartzites, and lenses of marble and quartz-pebble metaconglomerates, followed by a unit of mafic to felsic metavolcanic rocks, late to post-kinematic granitic intrusions, and tectonically imbricated ultramafic and alkaline gneiss bodies. The metasedimentary rock association is interpreted as having been originally deposited under shallow marine environment, and the volcanics erupted under sub-aqueous conditions. Both rock assemblages are probably Neoproterozoic in age. The textural and structural features of the Capané Antiform rocks indicate predominant mylonitic and non-coaxial deformation. The S1 e S2 foliation formed probably during the Brasiliano Cycle by shearing during tangential displacement (D2) and northeastern verging thrusting, parallel to the Dom Feliciano Belt. Zones of higher strain and imbrication are preserved as long and narrow zones of phyllonites and ultramylonites, in their turn gently folded during later stages. The locally preserved S1 foliation has mineral assemblages of low to medium amphibolite facies, while the dominant S2 of médium to high greenschist fácies. Rocks of low greenschist fácies occur in the eastern limb of the antiform and could represent younger sections of the basin, located at the top of the sequence.


    Oliveira & Boaventura,1998

    DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS TERRAS RARAS EM AMOSTRAS GEOLÓGICAS POR ICP/AES UTILIZANDO MINICOLUNAS

    ROBSON COTA DE OLIVEIRA
    GERALDO RESENDE BOAVENTURA

    Revista Brasileira de Geociências 28(2): 169-172, junho de 1998

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    Palavras chave: determinação de terras raras, troca-iônica, minicoluna, ICP/AES.

    RESUMO

    A determinação dos Elementos Terras Raras (ETR) por um método simples, rápido e de baixo custo é apresentado. O método envolve a decomposição da amostra, separação por troca iônica utilizando minicolunas e leitura dos ETR (La, Ce, Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Ho, Er, Yb e Lu) por Espectrometria de Emissão Atômica com fonte de Plasma (ICP/AES). Amostras de referência geoquímica foram utilizadas para avaliar a exatidão e precisão do método. Os resultados obtidos situam-se próximo aos valores recomendados, com desvios padrão relativo consistentes com os da literatura, demonstrando eficiência e compatibilidade com os métodos convencionais. O percentual de recuperação dos ETR pesados Ho, Er, Yb e Lu foi de 100%; do Nd, Sm, Eu, Gd e Dy foi de 98% a 99%; do Ce 94% e La 85%. O método proposto permite análise de até 18 amostras/hora, representando um procedimento de menor tempo e maior eficiência para materiais geológicos.

    RARE EARTH ELEMENTS DETERMINATION IN GEOLOGICAL SAMPLES B Y ICP/AES
    USING MINICOLUMNS

    Keywords: rare earth determinations, ion-exchange, minicolumns, ICP/AES.

    ABSTRACT

    The determination of the rare earth elements (REE) by a simple, quick and low cost method is presented. The method involves sample decomposition, ion-exchange separation using minicolumns and determination of REE (La, Ce, Nd, Sm, Eu, Gd, Dy, Ho, Er, Yb and Lu) by Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry (ICP/AES). Geochemical references samples were used for accuracy and precision evaluation. The results are close to the recommended values with relative standard deviations consistem with the literature, demonstrating efficiency, and compatibility with the conventional methods. The recuperation of the heavy REE, Ho, Er, Yb and Lu was 100%; Nd, Sm, Eu, Gd and Dy is 98-99%; Ce is 94% and La 85%. The method allows to analyse 18 samples/hour, representing quick and high performance procedures for geological materiais.


    Parizzi et al.,1998

    Genesis and environmental history of Lagoa Santa, southeastern Brazil.

    Parizzi,M.G.
    Salgado-Labouriau,M.L.
    Koehler,C. 

    The Holocene(1998),8(3):311-321.

    SINOPSE

    Estudos geomorfológicos da região de Lagoa Santa e a análise de palinomorfos dos sedimentos da lagoa forneceram informações paleoambientais durante os últimos 6.000 anos. Entre cerca de 6100 e 5400 anos A.P. não havia a lagoa e o clima da região era mais seco que o atual. A aproximadamente 4600 A.P. esporos e grãos de póen são abundantes indicando um aumento de umidade, o pântano no fundo do vale de Lagoa Santa é substituido por um lago pequeno, permanente. Um antigo deslizamento de terra devia estar ativo nessa época e feichou a saida do vale o que permitiu a formação da lagoa. A vegetação em torno era constituida de um mosaico de matas e cerrados que continuou até o presente com pequenas flutuações da umidade na região. Os últimos 20 cm de sedimento da lagoa contêm argila oxidada misturada ao sedimento lacustre indicando perturbação antrópica da região.


    Pedrosa-Soares et al.,1998

    Neoproterozoic oceanic remnants in eastern Brazil: Further evidence and refutation of an exclusively ensialic evolution for the Araçuaí-West Congo orogen

    Antônio Carlos Pedrosa-Soares
    Universidade Federal de Minas Gerais
    Philippe Vidal
    Université Blaise-Pascal
    Othon Henry Leonardos
    Universidade de Brasília
    Benjamin Bley de Brito-Neves
    Universidade de São Paulo

    Geology(1998),26(6):519-522.

    ABSTRACT

    The Araçuaí (eastern Brazil) and West Congo (southwestern Africa) belts are counterparts of the same Neoproterozoic orogen located between the São Francisco and Congo cratons. The Macaúbas Group represents a major passive margin sequence and is a key unit for interpretingv the evolution of that orogen. The Salinas Formation is the distal rock assemblage of the Macaúbas Group and consists of a deep-sea sand-mud sequence, and a volcanic-sedimentary unit called the Ribeirão da Folha facies. The latter includes metamorphosed volcanic-exhalative sediments associated with ocean-floor basalts (amphibolites). The magmatic protoliths of these amphibolites crystallized at about 816 ± 72 Ma (Sm-Nd whole-rock isochron, e eNd(t) = +3.8 ± 0.2). Regional metamorphism reached the amphibolite facies at about 630 Ma (Rb-Sr whole-rock isochron), when slabs of ultramafic rocks were tectonically emplaced over the Ribeirão da Folha facies. We consider this volcanic-sedimentary facies and the coeval slabs of ultramafic rocks to be remnants of a branch of the Adamastor-Brazilide ocean. The extensive occurrence of syn-tectonic to late tectonic calc-alkalic granitoids along the internal domain of the Araçuaí belt implies that a reasonably large amount of ocean crust was consumed, via an east-dipping sub-duction zone, during formation of the Araçuaí-West Congo orogen.


    Resende et al.,1998

    STRATIGRAPHY OF THE GOIÁS AND FAINA GREENSTONE BELTS, CENTRAL BRAZIL: A NEW PROPOSAL

    MARCELO GONÇALVES RESENDE*
    HARDY JOST*
    GRANT ALAN OSBORNE** 
    AUGUSTO GONÇALVES MOL**

     * Instituto de Geociências, Universidade de Brasília
    ** Mineração Jenipapo S/A - Rio de Janeiro, RJ

    Revista Brasileira de Geociências(1998), 28(1): 77-94. 

    (Ver texto integral - pdf)

    Keywords: Goiás, Greenstone Belts, stratigraphy, basin evolution

    ABSTRACT

    The southcm part of the Archaean terranes of the State of Goiás, Central Brazil, contains a NW-SE greenstone belt synclinorium, 150 km long and averaging 7 km wide, which was previously interpreted as one single belt. New lithological and structural data show that the belt consists of two allochthonous segments, the Goiás and Faina Greenstone Belts, with contrasting stratigraphic sequences juxtaposed by a NE-trending dextral fault. The contact bctween the graniloid complexes and the supracrustal sequences is either tectonic or intrusive, indicating that the complexes are not basement of the Greenstone Belts. The Goiás and Faina Greenstone Belts have common lower sections (Serra de Santa Rita Group), composed, from base to top, of metakomatiites (Manoel Leocádió Formation) and metabasalts (Digo-Digo Formation). In the Goiás Belt, the Digo-Digo Formation is subdivided into a Lower and an UpperMember, of metabasalts and felsic metapyroclastics respectively, the latter being absent in the Faina Belt. In both belts, metabasalts are succeeded by thick metasedimentary sequences. The Fazenda Paraíso Group, subdivided into the lower Fazenda Limeira and the upper Fazenda Cruzeiro Formations, represents the metasedimentary record of the Goiás Greenstone Belt. The Fazenda Limeira Formation hás a Lower Memberof carbonaceous schist and an Upper Member of metachert, banded iron formation, calc-schist and marble. The Fazenda Cruzeiro Formation consists of siliciclastic metarhythmites. The Furna Rica Group represents the metasedimentary record of the Faina Greenstone Belt, and is subdivided, from base to top, into the Fazenda Tanque, Serra de São José, and Córrego do Tatu Formations. The Fazenda Tanque Formation rests unconformable on metabasalts of the Serra de Santa Rita Group, and contains a Lower Member of orthoquartzites with lenses of metacpnglomerate, an Intermediate Member of metapelites, and an Upper Member of carbonaceous schists and iron formation. The Fazenda Tanque Formation contains a Lower Me mberof orthoquartzites with minor marble lenses, and an Upper Member of metapelites. The Córrego do Tatu Formation comprises a Lower Member of marbles and an Upper Member of banded iron formations. The sedimentary contrast between the Greenstone Belts is interpreted as due to distinct paleogeographic settings and deppsitional environments. In the Goiás Belt, sedimentation took place in a deep, yet progressively shallower, marine environment, whilst in the Faina Belt the sedimentation took place in a shelf environment with two transgressive and progressively deeper marine cycles. Geochemical data of clastic metasedimentary units show that the Sm/Nd model age (TDM) decreases from 3.1 to 2.8 Ga across the sedimentary record, interpreted as the age range of the source-area, and that the clastic load may be explained by a major contribution from mafic/ultramafic rocks, with increasing felsic contribution towards the top of the sequences. The core of the Goiás Greenstone Belt synclinorium also contains a narrow zone of metaconglomerates and orthoquartzites (Serra do Cantagalo Sequence) of Sm/Nd model age of 2.3 Ga. This sequence is overturned and overlies the greenstone belt via a thrust fault. Both the Archaean and Protcrozoic rocks delineate the synclinorium of the Goiás Belt, indicating that the structure is not of Archaean, but, at most, of Palaeoproterozoic age.

    ESTRATIGRAFIA DOS GREENSTONE BELTS DE GOIÁS E FAINA: UMA NOVA PROPOSTA

    Palavras chave: Goiás, Greenstone Belts, estratigrafia, evolução de bacia

    RESUMO

    A porção sul dos terrenos arqueanos de Goiás contém um greenstone belt estruturado em um sinclinório NW-SE, com 150 km de comprimento e 7 km de largura média e interpretado, no passado, como uma única faixa. Novos dados litológicos e estruturais mostram que a faixa é formada por dois segmentos alóctones (Goiás e Faina) com conteúdos estratigráficos distintos e justapostos por uma falha destral NE. O contato dos complexos granito-gnáissicos com as rochas supracrustais é ora tectônico, ora intrusivo e a aloctonia dessas indica que os complexos não são rochas do embasamento original. As seções inferiores de ambas as faixas são idênticas (Grupo Santa Rita) e contêm, da base para o topo, metakomatiitos (Formação Manoel Leocádió) e metabasaltos (Formação Digo-Digo). Na Faixa Goiás, a Formação Digo-Digo é subdividida em um Membro Inferior (metabasaltos) e um Superior (rochas metapiroclásticas félsicas), esse último ausente em Faina. Os metabasaltos dão lugar, em ambas as faixas, a espessas sequências metassedimentares. O registro metassedimcntar da Faixa Goiás é representado pelo Grupo Fazenda Paraíso, subdividido, da base para o topo, nas Formações Fazenda Limeira e Fazenda Cruzeiro. A primeira tem um Membro Inferior de xistos carbonosos e um Superior de metachert, formações ferríferas, calcixistos e mármores. A Formação Fazenda Cruzeiro consiste de metarritmitos siliciclásticos. Em Faina, o registro mctassedimentar é representado pelo Grupo Furna Rica, subdividido, da base para o topo, nas Formações Fazenda Tanque, Serra de São José e Córrego do Tatu. A Formação Fazenda Tanque repousa em discordância sobre metabasaltos do Grupo Serra de Santa Rita e contém um Membro Inferior de ortoquartzi tos e lentes de metaconglomerado com clastos de metavulcânicas máficas e ultramáficas, um Intermediário de metapelitos e um Superior de xistos carbonosos e formações ferríferas. A Formação Serra de São José repousa em discordância sobre a Formação Fazenda Tanque e contém um Membro Inferior de ortoquartzitos e um Superior de metapelitos com raros quartzitos. A Formação Córrego do Tatu contém um Membro Inferior de mármores e um Superior de formações ferríferas. Os contrastes no registro sedimentar entre as faixas é interpretado como fruto de distintos ambientes paleogeográficos e regimes deposicionais. Em Goiás, a sedimentação ocorreu em ambiente marinho profundo e progrediu para ambiente mais raso, ao passo que em Faina a sedimentação foi plataformal em dois ciclos transgressivos de profundidade crescente. Dados gcoquímicos de rochas detríticas ao longo das seções estratigráficas mostram que a idade modelo Sm/Nd (TDM) da área-fonte decresce de 3.1 a 2.8 Ga e que a carga elástica dos protólitos derivou rochas máfico/ultramáficas, com aumento de uma componente félsica para o topo. O núcleo do sinclinório da Faixa Goiás contém, ainda, uma estreita faixa de metaconglomcrados e ortoquartzitos (Sequência Serra do Cantagalo) de idade modelo Sm/Nd de 2.3 Ga. A sequência está invertida e sobrepõe-se ao greenstone belt por uma falha de empurrão e ambas delineiam o sinclinório regional, indicando que a estrutura não é de idade arqueana, mas no máximo paleoproterozóica.


    Santos et al.,1998

    THE LODE-PORPHYRY MODEL AS DEDUCED FROM THE CUMARU MESOTHERMAL GRANITOID-HOSTED GOLD DEPOSIT, SOUTHERN PARA, BRAZIL

    MÁRCIO D. SANTOS
    OTHON H. LEONARDOS
    ROBERT P. FOSTER
    ANTHONY E. FALLICK

    Revista Brasileira de Geociências 28(3):327-338, setembro de 1998

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    Keywords: gold, metallogenesis, mesothermal, granodiorite

    Palavras chave: Ouro, metalogênese, mesotermal, granodiorito

    ABSTRACT

    A new type of gold deposit is described for the Amazon Craton, in the Carajás greenstone belt province. Instead of mesothermal mylonite-hosted lodes or exhalative deposits already recognized in the Carajás Province, the Cumuru gold deposit is hosted by a calc-alkaline 2.82 Ga granodiorite pluton of volcanic arc affiliation. The Cumaru granodiorite is intruded in the horse-tail dilation sites of a shear zone that crosscuts the volcano-sedimentary mylonitic rocks of the Archean Gradaús greenstone belt. The Cumaru gold-bearing quartz veins lie along NE-SW trending fractures at the NW edge of the granodiorite pluton where disseminated ore in a stockwork array of veinlets is associated with the main lodes in a groundmass of hydrothermal phyllic alteration. Three kinds of fluids were identified in the Cumaru quartz veins. An aquo-carbonic fluid, immiscible at the time of ore formation, is interpreted as a metamorphic fluid related to shear zone. The second type of fluid comprises brines within the H2O-NaCl-KCl-CaCl2 system, interpreted as derived from the granodiorite residual fluids. The third fluid is a low-salinity meteoric water. The T-P conditions for the gold deposition constrained by the hydrothermal chlorite geothermometer and isochores calculated from the fluid inclusions microthermometric data. Values range from 300 to 350°C and 1.3 to 3.8kb. The low fO2 values of the ore fluids and the gold-sulfide paragenesis suggest that sulfur was in reduced state at the time of ore formation, conditions that favor gold transport as thiocomplexes. Two gold deposition events have been identified in the Cumaru deposit, both related with oxidation of the ore fluids. Initially oxidation was caused by immiscibility of the aquo-carbonic fluid and by wallrock sulfidation with decrease in fSa of the ore fluids. Subsequent mixing between aquo-carbonic fluid and aqueous brines brought about additional oxidation of the ore fluids with increase in fO2 and decrease in pH, favoring gold precipitation. Stable isotope data place important constraints on the source of the ore fluids: 18O and D values support the mixing between metamorphic and magmatic water and the 13 C data are consistent with mantle-derived carbonic fluids. The cumulative geological, structural, geochemical, fluid inclusions and isotopic data of the Cumaru gold deposit are similar both to Archean greenstone-hosted lode gold deposits that occur in shear zones and to porphyry-style mineralizations typical of Phanerozoic magmatic arcs. Such a situation suggests that both shear zone activation and granodiorite intrusion were involved in the genesis of the Cumaru mesothermal gold deposit, with is here assigned to a new classification of "lode-porphyry gold deposit".

    O MODELO LODE PORFIRÍTICO DEDUZIDO A PARTIR DO DEPÓSITO MESOTERMAL DE OURO EM GRANITÓIDE DO CUMARU, SUL DO PARÁ, BRASIL

    RESUMO

    Um novo tipo de depósito aurífero foi descrito para o Craton Amazônico, nos greenstone belts da Província Carajás. Em vez de veios mesotermais, hospedados em milonitos, ou depósitos exalativos, já reconhecidos na Província Carajás, o depósito auríferó do Cumaru é hospedado em um pluton granodiorítico cálcio-alcalino arqueano, típico de arcos vulcânicos. O Granodiorito Cumaru colocou-se em domínios transtensivos de uma zona de cisalhamento tipo rabo de cavalo, cortando rochas vulcano-sedimentares miloníticas do greenstone belt arqueano de Gradaús. Os veios de quartzo auríferos do Cumaru ocorrem em fraturas com direção preferencial NE/SW, na borda NW do pluton do Cumaru, envolvidos por um enxame de filonetes em padrão stockwork, com mineralização disseminada em uma matriz de alteração fflica. Três tipos de fluidos foram identificados nos veios de quartzo do Cumaru. Fluidos aquo-carbônicos, imiscíveis no momento de seu aprisionamento, foram interpretados como fluidos metamórficos relacionados à zona de cisalhamento. O segundo tipo de fluido é representado por inclusões de salmouras do sistema H2O-NaCl-KCl-CaCl2, interpretadas como derivadas dos fluidos residuais do magma granodiorítico. Inclusões aquosas tardias de baixa salinidade correspondem ao terceiro tipo de fluido, considerado como água meteórica. As condições de T-P para a deposição do ouro, estabelecidas pelo geotermômetro da clorita e isócoras calculadas a partir dos dados microtermométricos das inclusões fluidas, situam-se entre 300-350°C e l ,3-3,8Kb. Os baixos valores da fO2 do fluido mineralizante e a paragênese sulfetada do minério aurífero sugerem que o enxofre encontrava-se em estado reduzido no momento da formação do depósito, condições que favorecem o transporte do ouro como tiocomplexos. Dois eventos de deposição do ouro foram identificados no depósito do Cumaru, ambos relacionados com oxidação do fluido mineralizante. Inicialmente a oxidação foi causada pela imiscibilidade do fluido aquo-carbônico e pelo abaixamento da f$2 (sulfetação) nas rochas hospedeiras. A mistura tardia do fluido aquo-carbônico com as salmouras também provocou oxidação do fluido mineralizante, com aumento da fO2 e diminuição do pH, favorecendo a deposição do ouro. Análises de isótopos estáveis forneceram importantes indicações sobre as fontes dos fluidos mineralizantes. Os valores de 18O e D sugerem mistura de águas metamórficas e magmáticas, enquanto que os dados de 13 C são compatíveis com fluidos carbônicos de derivação mantélica. As características geológicas, estruturais e geoquímicas, assim como os dados de inclusões fluidas e isotópicos do depósito do Cumaru são consistentes com depósitos auríferos arqueanos tipo Iode, hospedados em greenstone belts, que ocorrem em zonas de cisalhamento, como também com mineralizações de estilo porfirítico típicas de arcos magmáticos fanerozóicos. Tal situação, sugere que tanto a zona de cisalhamento como a intrusão granodiorítica atuaram na gênese do depósito de ouro mesotermal do Cumaru, incluído em uma nova classe de depósito aurífero denominada aqui de "Iode porfirítico".


    Sgarbi et al.,1998

    Oxygen isotope thermometry of Brazilian potassic volcanic rocks of kamafugitic affinities

    a Patricia B.A. Sgarbi
    b Robert N. Clayton
    c Toshiko K. Mayeda
    d José Carlos Gaspar

    a Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais,31270-901 Belo Horizonte, MG, Brazil
    b Enrico Fermi Institute and Departments of Chemistry and Geophysical Sciences, University of Chicago,Chicago, IL 60637, USA
    c Enrico Fermi Institute, University of Chicago, Chicago, IL 60637, USA
    d Departamento de Mineralogia e Petrologia, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília,70910-900 Brasília, DF, Brazil

    Chemical Geology(1998),146:115-126.
    Keyword(s): Kamafugites; Clinopyroxene-magnetite pair; Oxygen isotope thermometry

    Abstract

    Oxygen isotope analyses have been obtained for magnetite and diopside from mafic alkaline volcanic rocks of kamafugitic affinities from Brazil. These rocks are part of the Alto do Paranaíba and Santo Antônio volcanic provinces of Cretaceous age. Based on the clinopyroxene--magnetite pair, the isotopic temperatures obtained for the rocks of the two provinces are: mafitites -1140--920°C; leucitites -920--830°C; kalsilitites -820°C; analcimites (originally leucitites) -1060--1050°C; cumulate pyroxenites 750--690°C. The Mata da Corda (Alto Paranaíba Province) and Santo Antônio da Barra range in d18O coincides with typical values for mantle-derived magmas.


    Sial et al.,1998

    Granites and Associated Mineralizations, Special Issue

     A.N. Sial
    V.P. Ferreira 
    R.A. Fuck
    (editors)

    Journal of South America Earth Sciences(1998),11(5):425-427

    Introduction

    This special issue is one of four special publications dedicated to the Second International Symposium on Granites and Associated Mineralizations (Second ISGAM) held at Salvador, Bahia, Brazil, in August 1997. It offers a selection of papers which were presented during that symposium. Around 150 scientists from about 20 countries participated in the Symposium, assuring high-level debates and a rather state-of-art assessment of the knowledge of granitic rocks and the mineralizations they may host. The formal meeting was preceded by five theme-based field trips where the participants were able to examine, sample, and argue about Archean to Early Paleozoic granitoids in northern, northeastern or eastern Brazil. The technical program included five oral presentations in the morning sessions and two in the afternoon sessions, with a two- and half-hour poster session in between. The presentations covered several aspects of granitology, including petrology, metallogeny, structural, and isotopic behavior. In this regard, the number of scientific contributions offered to the Symposium dealing with metallogeny related to granites was beyond expectation. The IGCP project 371 (COPENA) cooperated with ISGAM organizers and had one day of the symposium for presentation of their scientific contributions. The COPENA project is concerned with the role of granites for geologic correlation between Proto-South America and Laurentia, as well as other cratons in the Atlantic realm.
    R. Dall’ Agnol (Federal Univ. of Pará) demonstrated that in northern Brazil and adjacent countries, rapakivi granites display A-type and within-plate geochemical signatures, being meta- to peraluminous with subordinate peralkalic terms. They are tin-mineralized with associated Y, REE, Th, F (cryolite), Zr and In. Valderez P. Ferreira (Federal Univ. of Pernambuco) attempted the characterization of tectonostratigraphic terranes of the Borborema province in NE Brazil, based on geochemical and isotopic signatures of granitoids. A.N. Sial examined the commonalities of magmatic epidote in granitoids of NE Brazil, NW Argentina, and Chile.
    H. Martin (Univ. Clermont-Ferrand) showed, on geochemical grounds, that adakites are modern analogs of Archean TTG and that both have the same source and petrogenesis. Archean TTG, however, are less Mg, Ni and Cr enriched than the adakites indicating that mantle-magma interactions were less efficient due to shallower depth of slab melting. Carlos W. Rapela (Univ. La Plata) discussed the unusual occurrence of orbicular cordierite rock in the Eastern Pampean Ranges in Argentina, suggesting that rapid crustal anatexis, at low pressure, resulted in high degree of melting and allowed formation and separation of cordieritite as discrete bodies. A. E. Fallick (SURRC) discussed the investigation of rapakivi granites from Greenland, based on stable isotopes (delta-O18 and delta-D), invoking low water content as key to understanding how these rocks could exhibit remarkably homogeneous oxygen isotope signatures and, at the same time, large variation in their hydrogen isotopes. W. Edryd Stephens (Univ. St. Andrews) focused on the study of mafic polycrystalline aggregates (amphibole-rich clots) as potential restites in I-types granites with special emphasis to the Strontian pluton in Scotland.
    Problems related to migration and emplacement of granitic melts were addressed by M. Brown (Univ. of Maryland), who discussed the self-organization and migration of granitic melt in orogenic systems. He stressed that much of the dynamics and spatial relationships of orogenic systems can be accounted for through the coupling of deformational, anatectic, and transport processes. R. Weinberg (Univ. of Oxford) presented a provocative talk on diapirism and multi-stage melting of the crust, while D. Hutton (Univ. of Birmingham) discussed the solution to the space problem in syntectonic granite emplacement, calling attention to the fact that magmatic fluid pressures are an indistinguishable part of the regional (effective) stress field. M. Pimentel (Univ. of Brasilia) based on isotopic (U-Pb/Sm-Nd) data for granitic rocks in central Brazil, presented an evolution model for the Neoproterozoic Brasilia belt, which involved the amalgamation of juvenile island arc terrannes, as well as small continental fragments. P. Sabaté (Univ. Montpellier) examined the formation and evolution of granitoids in the NE São Francisco craton, State of Bahia, in the context of continental growth between 3.4 and 1.9 Ga. Age groups suggest a rough periodicity for granitic magmatism, major periods of magmatic activity alternating with 200-300 Myr periods of quiescence. B. Chappell (Australian National University) discussed the use of trace element behavior in the characterization of haplogranites using Australian examples.
    Metallogenetic studies included those by P. Candela (Univ. of Maryland) who reported studies on the partitioning of ore metals in melt-crystal-volatile phase systems and its application to mineral exploration (Cu partitions strongly into sulfides, but not magnetite, suggesting that high oxygen fugacity favors the production of Cu-rich ore fluids). P. Piccoli (Univ. of Maryland) discussed the estimation of HCl and Cl in the magmatic volatile phase based on granite/apatite chemistry as a tool to discriminate high vs. low-Cl granite-ore systems. M. Pichavant (CRSCM-CNRS) focused on the genesis of tin mineralizations, demonstrating that mechanisms of concentration and transport of tin are largely dependent on oxygen fugacity.
    The publications included an abstract with program volume and a field trip guide. About 50 papers presented in this symposium will be published, besides this, in 3 other special issues: Lithos, Annals of the Brazilian Academy of Sciences and Brazilian Geological Magazine (RBG) of the Brazilian Geological Society (SBG). Major financial support and all infrastructure for the organization of the Second ISGAM were provided by the government of the State of Bahia, to whom the Organizing Committee expresses its gratitude, especially Dr. Paulo Souto, petrologist and governor of this State. The Brazilian Academy of Sciences, the National Council for Scientific and Technological Development, the Financing Agency for Studies and Projects (FINEP), the Third World Academy of Science, and ORSTOM were other co-sponsors. The Organizing Committee gratefully acknowledges the assistance of geologists (Ruy F. de Lima, Helio C. A. de Azevedo and Heli A. Sampaio Filho) and staff members (Terezinha V. Maia and Lucia Mezedini) of the Superintendency of Geology and Mineral Resources of the government of Bahia. A special word of thanks goes to Roberta G. Brasilino, who provided secretarial assistance during the organization of this special issue.


    Thompson et al.,1998

    Migrating Cretaceous-Eocene Magmatismin the Serra do Mar Alkaline Province,SE Brazil: Melts from the Deflected Trindade Mantle Plume?

    R. N. THOMPSON 1*
    S.A. GIBSON 2 
    J.G. MITCHELL 3 
    A.P. DICKIN 4 
    O. H. LEONARDOS 5 
    J.A. BROD 1,5 
    J.C. GREENWOOD 2

    1DEPARTMENT OF GEOLOGICAL SCIENCES, UNIVERSITY OF DURHAM, SOUTH ROAD, DURHAM DH1 3LE, UK
    2DEPARTMENT OF EARTH SCIENCES, UNIVERSITY OF CAMBRIDGE, DOWNING STREET, CAMBRIDGE CB2 3EQ, UK
    3DEPARTMENT OF PHYSICS, THE UNIVERSITY, NEWCASTLE UPON TYNE NE1 7RU, UK
    4DEPARTMENT OF GEOLOGY, McMASTER UNIVERSITY, 1280 MAIN STREET WEST, HAMILTON, ONT., CANADA L8S 4M1
    5DEPARTMENTO DE GEOQUIMCA E RECURSOS MINERAIS, INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS, UNIVERSIDADE DE BRASLIA, 70910 BRASLIA DF, BRAZIL

    Journal of Petrology(1998),39(8):1493-1526 
    Keywords:  basic magmas;  SE Brazil;  Sr-Nd isotopes;  Trindade plume track;  South Atlantic 

    Abstract

    The Serra do Mar province extends for ~500 km as plutonic complexes, some with volcanic remnants, and dyke swarms along coastal SE Brazil. The igneous rocks are emplaced into metamorphics of the Brasiliano (Pan-African) Ribeira mobile belt, which abuts the southern margin of the Archaean São Francisco craton. Syenites and phonolites dominate most complexes but mafic-ultramafic dykes (MgO <16·4%) are also widespread, together with sparse mafic lavas. The mafic rocks are alkali basalts, basanites and melanephelinites, with rare leucitites and minettes (s.l.). Major and trace elements of all but a few of the strongly potassic rock types are indistinguishable from ocean-island basaltic (OIB, s.l.) magmatism. Isotopically (Sr-Nd), the Serra do Mar suite overlaps the field for OIB ([epsilon]Nd up to +2·7) and aseismic ridges, especially Walvis. In general, the most potassic compositions have the lowest [epsilon]Nd values (-1·4 to -3·3). We consider the most plausible source for Serra do Mar mafic magmas to be predominantly sub-lithospheric convecting mantle, with sporadic input from lithospheric metasomites. Additionally, the two most Mg-rich dykes have high 87Sr/86Sri (>0·707), despite <[epsilon]Nd in the same range as nearby mafic dykes. We attribute this to upper-crust contamination during turbulent emplacement of very hot, low-viscosity magma batches. New K/Ar dates, together with a detailed assessment of published ages, show that the initiation of Serra do Mar magmatism migrated progressively ~500 km ESE, from Poços de Caldas to Cabo Frio, between ~80 and 55 Ma. It is inferred that the Trindade mantle plume impacted at ~85 Ma beneath interior SE Brazil where the lithosphere was too thick (>150 km), except very locally, to permit dry decompression melting and basaltic (s.l.) magma genesis. Instead, strongly alkalic, potassic, lithosphere-source magmatism (including diamondiferous kimberlites) broke out penecontemporaneously over a region of ~600 km radius. Between ~85 and 80 Ma it is suggested that the starting-plume head expanded rapidly beneath the thick continental lithospheric lid. This caused regional kilometre-scale uplift and erosion (evidenced by published apatite fission-track data) for 1200 km to the south, together with strongly alkaline magmatism at Lages, southern Brazil, a site of localized rifting. After ~80 Ma, as the plume tail moved ESE beneath the Archaean São Francisco craton, its magmatic signal at the surface was `switched off' by the thick (200-250 km) cratonic lithosphere. Nevertheless, hot plume-tail mantle `leaked' progressively southward, until it encountered strongly thinned lithosphere beneath SE coastal Brazil, along the passive margin of the South American plate, where decompression melting generated the predominant OIB-like component of the Serra do Mar magmatism. After 55 Ma this magmatism transferred NE from Cabo Frio to the Abrolhos Platform (52 Ma), the landward terminus of the seamount chain leading to the islands of Trindade and Martin Vaz in the South Atlantic. 


    Trompette et al.,1998

    Geological evolution of the Neoproterozoic Corumbá graben system (Brazil). Depositional context of the stratified Fe and Mn ores of the Jacadigo Group

    a R. Trompette
    b C.J.S. de Alvarenga
    b D. Walde

    a CEREGE, Université Aix-, Marseille III, CNRS Fu 017, Europôle méditerranéen de l'Arbois, B.P. 80, 13762 Les Milles Cedex, France
    b Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Campus Universitário, 70910-900 Brasilia D.F., , , Brazil

    Journal of South America Earth Science(1998),11(6):587-597.

    Abstract

    The Corumbá region is located near the junction of two young (545--480 Ma) Brasiliano provinces: the Chiquitos-Tucavaca aulacogen which cross cuts the Amazon craton-Rio Apa block, and the Paraguay fold belt. Formation of the aulacogen and the Paraguay basin, which is interpreted as a foreland basin, was roughly synchronous with the 590 Ma metamorphism in the neighbouring old Brasiliano Brasilia fold belt. Deformation and metamorphism in the Paraguay belt are bracketed between 545 and 500 Ma, whereas folding in the aulacogen occurred between 500 and 480 Ma ago.
    The NE--SW-trending, Corumbá graben system is located on the eastern part of the WNW--ESE-trending, Chiquitos-Tucavaca aulacogen. The extensional structures of the Corumbá graben system are attributed to flexure of the Amazon craton along the western border of the Paraguay basin.
    Stratigraphic successions in the Corumbá graben system resemble those of the adjacent cover rocks of the Amazon craton: a lower detrital unit (Jacadigo Group and Boqui, Puga, and Cadieus formations), partly of glacial origin, and an upper carbonate-rich unit, (Corumbá Group and Pororó, Cerradinho, Bocaina, and Araras formations) with local preservation of an Ediacara-like fauna. The whole sequence is probably Vendian. In the cover sequence around Cuiabá, the carbonate unit is capped by siliciclastic sediments. In comparison to the cratonic cover rocks, the Jacadigo Group, which is filling the Corumbá graben system, differs on three points: it is thicker, contains chemical manganese and iron sedimentary intercalations and was affected by a diagenetic to epimetamorphic event during which temperatures reached 250--280°C. These features are in good agreement with sedimentation of the Jacadigo Group in an extensional environment where Fe and Mn, of probable hydrothermal origin, would be generated by leaching of hypothetical, hidden intrusive mafic plutons associated with graben formation.
    A região de Corumbá está localizada próximo à junção de duas províncias brasilianas jovens (545--480 Ma): o aulacógeno de Chiquitos-Tucavaca, que corta o cráton Amazonas--bloco Rio Apa, e a faixa dobrada Paraguai. A formação do aulacógeno Chiquitos-Tucavaca e da bacia Paraguai, que foi interpretada como uma bacia de tipo foreland, é cronocorrelata do metamorfismo da faixa Brasília dobrada no Brasiliano antigo (590 Ma). A deformação e o metamorfismo na faixa Paraguai ocorreram entre 545 e 500 Ma atrás, enquanto que os dobramentos no aulacógeno foram considerados mais jovens, com idades entre 500 e 480 Ma.
    O graben de Corumbá, com direção geral NE--SW e largura de 10--20 quilômetros, está localizado no extremo leste do aulacógeno Chiquitos-Tucavaca. Este último apresenta aproximadamente 500 quilômetros de extensão na direção WNW--ESE. Estruturas extensionais ao redor de Corumbá são atribuídas à flexura do cráton do Amazonas ao longo da borda oeste da bacia Paraguai.
    A sucessão estratigráfica que ocorre no graben de Corumbá e nas rochas adjacentes que recobrem o cráton do Amazonas é muito semelhante: uma unidade siliciclística inferior (Grupo Jacadigo e formações Boqui, Puga e Cadieus), parcialmente de origem glacial, e uma unidade carbonática superior (Grupo Corumbá e formações Pororó, Cerradinho, Bocaina e Araras) com uma localizada fauna de tipo Ediacara. Toda a seqüência é provavelmente de idade vendiana. No aulacógeno Chiquitos-Tucavaca e na porção norte da faixa Paraguai (região de Cuiabá) a unidade carbonática encontra-se recoberta por fácies siliciclásticas. Com relação às coberturas cratônicas, o preenchimento do graben de Corumbá se destaca em três pontos: é mais espesso; contém intercalações de sedimentos químicos de ferro e manganês; foi afetado por eventos diagenéticos com temperaturas que chegam a alcançar 250--280°C. Estas características reforçam a hipótese de a sedimentação do Grupo Jacadigo ter ocorrido em um ambiente extensional, onde o Fe e o Mn são provavelmente de origem hidrotermal, gerados pela lixiviação de hipotéticos corpos máficos profundos associados com a abertura do graben.