Alienígenas sobrevoam acampamento da NucleBrás no Rio Preto, Goiás (hoje Tocantins)

    Manfredo Winge


    O Trabalho de Graduação de 1978 (Quadrícula do Rio Preto) tinha três sedes em que os professores Marini (coordenador), Fuck e eu, atendendo a metodologia de ensino da disciplina Geologia de Campo da UnB, nos revezávamos, orientando, alternadamente,  as equipes de mapeamento dos alunos. (A bem da verdade, eu estava mais é colaborando na logística, pois após mais de 10 anos dedicados à burocracia do DNPM, os conhecimentos científicos estavam um bocado defasados). 

    Uma destas sedes era um acampamento da Nuclebrás, gentilmente colocado a nossa disposição para auxiliar o projeto didático. Uma equipe de técnicos daquela  companhia estatal estava pesquisando anomalias de urânio da região do Rio Preto. 

    O acampamento da Nuclebrás era rústico, mas a comida era muito boa e até refrigerante gelado e sobremesa tínhamos toda a janta. Uma senhora mordomia, pois as outras "sedes" eram em barraca, sendo que os cozinheiros eram os próprios alunos e professor.

    Após o jantar, ficava-se a cavaquear e causos eram contados: a inteligência dos macacos que sabiam quebrar nozes de coquinhos com pedras; as pescarias com jaús de mais de 100 quilos; ferroadas de arraias do rio Maranhão e, até, disco voador que às vezes aparecia no acampamento com luzes coloridas, fortes,.. dava umas voltas e depois ia embora.

    O administrador do acampamento e da cozinha era um português, muito atencioso e delicado. Era um dos que mais acreditavam no disco voador que visitava o acampamento, jurando já ter visto o óvni dar voltinhas sobre o acampamento. Quem sabe não seria na busca do urânio que eles procuravam?

    Dormia-se em catres, somente com uma cobertura de palha, e mosquiteiro lateral.. antes do sono chegar, ouvia - por boa parte da noite - a pungência do cantorio de Belchior, cantor favorito de meu vizinho de catre, um técnico da empresa estatal.  Apagando-se as luzes do acampamento o céu estrelado como só se vê no interior, encantava as noites.   

    Uma noite fui dormir cansado da maratona diária (por três semanas não tirávamos descanso). Lá pelas tantas da noite alguém bate nos tocos do meu catre e diz: " dotoire.. dotoire.. venha cá a veire o disco voadore que o senhore não acredita !!!!".  Estremunhado pelo sono, levantei e vi aquele céu maravilhoso, todo estrelado; -onde é que está o disco, seu Manuel?? "..é por aqui.." e fomos para um local do acampamento sem árvores, onde vários funcionários da empresa assistiam a "chegada" do disco voador. Olhei para a direção que apontavam e vi a mais fulgurante aparição de nosso planeta vizinho no sistema solar, despontando por trás dos morros e "correndo" por detrás de nuvens que se movimentavam rapidamente, dando a idéia de objeto em movimentação. Esperamos um bocado e nada do objeto sumir de vez.. aparecia e sumia (por trás das nuvens, claro). Penso que até hoje eles não acreditam na minha história de que se tratava do nosso conhecidíssimo planeta Vênus, já que religião é religião e não se discute mais.


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