YEVTUSHENKO

Manfredo Winge


    O poeta russo Yevtushenko conta em suas lembranças uma história que envolve a vida de um geólogo, o seu pai.

    Yevtushenko, acompanhava e auxiliava o pai em uma campanha de mapeamento geológico na Sibéria, em pleno verão de temperaturas altíssimas e água parca para beber, cozinhar e se lavar.

    A água era trazida de longe em uma pipa-carroça puxada à mula por um auxiliar que era também o "faz tudo" no acampamento (cozinhava, lavava roupa,..). A fonte de água ficava muito longe do acampamento, exigindo mais de meio dia para ir e vir.

    Um dia, mais quente do que os já quentes dias do verão da savana siberiana, pai e filho voltavam esfalfados do trabalho duro, com uma sede enorme porque a água do cantil acabara fazia tempo, quando ouviram o chiar das rodas da carrocinha de trazer a água e junto com o chiado uma cantoria alegre do cozinheiro. Logo adiante eles se depararam com uma cena que os deixou possessos: - dentro da pipa, espadanando-se na água que era de beber e de cozinhar, refestelava-se o "fac totum" alegremente em um banho total, espantando o terrível calor do verão da Sibéria que ele sentia.

    Conta Yevtushenko que a partir desse acontecimento, ele fez uma profunda revisão de todas as restrições que tinha com relação aos seus hábitos de higiene, pois foram obrigados, pai e filho, a beberem a água da "lavagem" do banho do cozinheiro.


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