UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

TESES DE DOUTORADO EM GEOCIÊNCIAS SOBRE REGIÕES BRASILEIRAS
(DEFENDIDAS EM UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS)

CARLOS SCHOBBENHAUS FILHO
schobben@df.cprm.gov.br

O PROTEROZÓICO MÉDIO DO BRASIL COM ÊNFASE NA REGIÃO CENTRO-LESTE: UMA REVISÃO

Schobbenhaus,C. 1993. O Proterozóico Médio do Brasil com ênfase na região Centro-Leste: Uma revisão. Tese de Doutorado - Universität Freiburg (Albert- Ludwigs), A.L.U.F., Alemanha

Palavras chave: Brasil,Proterozóico,Geotectônica,Rift,Espinhaço

Universität Freiburg (Albert- Ludwigs), A.L.U.F., Alemanha
Área de concentração: Geologia
Orientador: Prof. Reinhard Pflug; Coorientador: Prof. Andreas Hoppe
Data: 08/07/1993

RESUMO

No Brasil ocorre a mais extensa área exposta de unidades mesoproterozóicas do globo, distribuídas principalmente na Amazônia e em importantes áreas da região centro-leste (Bahia, Minas Gerais e Goiás).
Os limites cronométricos atualmente adotados e mais coerentes com a evolução geodinâmica dessa Era no Brasil situam-se entre 1.8-1.0 Ga no escudo Atlântico e 1.9-0.9 Ga nos escudos Brasil-Cental e das Guianas. O limite de 1.6 Ga proposto pela Comissão Internacional de Estratigrafia (1988) não é significativo no Brasil.
Os registros iniciais do Proterozóico Médio no Brasil relacionam-se a uma extensa plataforma estabilizada no final do ciclo Transamazônico (±2.0 Ga), sobre a qual foram desenvolvidos, em especial, processos trafogênicos ligados a extensão crustal em torno de 1.8 Ga. O rifteamento da crosta deu origem a intenso vulcanismo ácido a intermediário. Na Amazônia esse magmatismo (Uatumã) é datado entre 1.9-1.7 Ga (Rb-Sr) e no escudo Atlântico (Espinhaço, Araí) é datado entre 1770-1710 Ma (U-Pb). Esse vulcanismo, que é um bom nível-guia, para registrar o início do Proterozóico Médio no Brasil, está associado a um plutonismo granítico, em parte estanífero, de quimismo afiliado. Sobre essas rochas houve deposição de seqüências sedimentares relacionadas, principalmente, a sistemas deposicionais continentais, incluindo red-beds, além de sistemas marinhos rasos. Classicamente, os grupos Roraima e Beneficente representam essa sedimentação na Amazônia. No centro-leste essa sedimentação é representada pelo supergrupo Espinhaço e pelo grupo Araí. A associação das unidades basais com diamantes sugere a presença de magmatismo kimberlítico, contemporâneo à sedimentação.
No cráton Amazônico essas coberturas plataformais são registradas ao longo do Proterozóico Médio até cerca de 1.0 Ga. associadas a fases recorrentes de vulcanismo ácido, além de magmatismo básico e alcalino e, em especial, importante plutonismo granítico anorogênico contendo mineralizações de cassiterita.
No limiar do Proterozóico Superior ocorreu, na borda do cráton Amazônico, importante evento orogênico correlacionado ao Grenville belt, em cerca de 1.2 Ga. (eventos S. Ignacio-Sunsas-Rondoniano). Evento anterior em torno de 1.5 Ga. é de origem discutível (Parguazense, faixa móvel Rio Negro-Juruena).
No escudo atlântico, episódio entre 1.3-1.0 Ga registrado principalmente em sistemas Rb-Sr de reomogeneização isotópica (eventos Uruaçuano ou Espinhaço), não se manifesta claramente como episódio tectono-metamórfico. No cráton Amazônico um resetting dessa idade sobre rochas mais antigas é verificado amplamente (episódio K’Mudku ou Nickerie).
O evento Brasiliano (650-600 Ma) manifestou-se fortemente sobre as unidades do Proterozóico Médio no escudo Atlântico, deformando e metamorfizando suas rochas (faixas dobradas Brasília e Araçuaí, na região centro-leste). A extensa faixa uruaçuana em Goiás e Minas Gerais, representada pelo grupo Araxá, em especial, é provavelmente de idade neoproterozóica. Por outro lado, parte do supergrupo Espinhaço na Bahia é representado também por unidades neoproterozóicas correlacionáveis ao Grupo Macaúbas (base das unidades Santo Onofre redefinida, formação Morro do Chapéu). Em Goiás, essas unidades são correlacionadas ao grupo Paranoá, representando no seu conjunto provavelmente importante superfície cronoestratigráfica no limite de Proterozóico Médio e Superior.


 

UNIVERSITY OF BRASÍLIA - INSTITUTE OF GEOSCIENCES

 PhD THESES ON EARTH SCIENCES OF BRAZILIAN REGIONS
(DEFENDED IN NON-BRAZILIAN UNIVERSITIES)

CARLOS SCHOBBENHAUS FILHO
schobben@df.cprm.gov.br

THE MIDDLE PROTEROZOIC OF BRAZIL WITH EMPHASIS ON THE CENTER-EASTERN REGION: A REVIEW

Schobbenhaus,C. 1993. The Middle Proterozoic of Brazil with emphasis on the Center-Eastern Region: A Review. PhD Thesis - Universität Freiburg (Albert- Ludwigs), A.L.U.F., Germany

KeyWords: Brazil,Proterozoic,Geotectonics,Rift,Espinhaço

Universität Freiburg (Albert- Ludwigs), A.L.U.F., Germany
Topic of the thesis: Geology
Advisor: Prof. Reinhard Pflug; Co-advisor: Prof. Andreas Hoppe
Date: 08/07/1993

Abstract

...