UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO No 35

EDISON RAMOS TOMAZZOLI

GEOLOGIA, PETROLOGIA, DEFORMAÇÃO E POTENCIAL AURÍFERO DO GREENSTONE BELT DE GOIÁS - GO
DATA DE DEFESA: 27/12/85
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PROSPECÇÃO E GEOLOGIA ECONÔMICA
ORIENTADOR: PROF. ARIPLÍNIO ANTÔNIO NILSON (UnB)
EXAMINADORES: PROF. HARDY JOST(UnB)
PROF. EDUARDO ANTÔNIO LADEIRA (UFMG)

RESUMO
O "Greenstone Belt" de Goiás, ou Grupo Goiás Velho, inserido em rochas do Complexo Granito- Gnáissico, e composto por três unidades: Unidade Ultrabásica Inferior, Unidade Básico-Intermediária e Unidade Metassedimentar Superior.
A Unidade Ultrabásica Inferior é composta por serpentinitos e talco xistos, com intercalações de metachert e, ocasionalmente, de filito pelítico ou grafitoso. A Unidade Básico-Intermediária é composta pela Sub-unidade A, onde predominam xistos básicos (albita-quartzo-epidoto-actinolita xisto) e a Sub-unidade B, com predominância de metatufos intermediários-ácidos. Apresenta intercalações de lentes de talco xisto em vários níveis estratigráficos. A Unidade Metassedimentar Superior é constituída por filito pelítico, grafita xisto e metachert.
A Seqüência Metassedimentar Serra do Cantagalo é composta por filitos pelíticos, metagrauvacas, sericita-quartzo xistos, quartzitos e meta-ortoconglomerados. Apesar de ter sido interpretada como sendo sobreposta por discordância ao Grupo Goiás Velho, parece apresentar feições transicionais com a Unidade Metassedimentar Superior do "greenstone belt".
As rochas do Grupo Goiás Velho apresentam-se metamorfisadas predominantemente na fácies xisto verde, nas zonas da clorita, biotita e granada. Paragêneses típicas de grau incipiente (fácies prenhita-pumpellyita) ocorrem localizadamente, em rochas ultramáficas.
Foram observadas dobras atribuídas a pelo menos cinco fases de deformação plástica. As fases D1 e D2 são representadas por dobras isoclinais assimétricas inclinadas a recumbentes, subcoaxiais e com eixos sub-horizontalizados, de direção geral N700W. Apresentam vergência para NE. A fase D3 se caracteriza por crenulações de eixo com direção média 300; S20- 400E, desenvolvendo muitas vezes, forte clivagem de crenulação. A fase D4 é caracterizada por suaves ondulações de eixo NE-SW e a fase D5 por "kink bands". O Grupo Goiás Velho faz contato com o Complexo Granito-Gnáissico através de falhas de empurrão N700W, isto é, com a mesma direção do eixo das dobras assimétricas D2, o que leva a conjeturar que foram geradas pelos mesmos esforços sub-horizontais compressivos.
Os dados de petroquímica revelaram que a maior parte dos elementos maiores apresentou uma acentuada mobilidade metamórfica, resultando em modificações significativas na composição original das rochas pré-metamórficas. Revelaram também que diferentes conjuntos de rochas do Grupo Goiás Velho apresentam afinidade komatiítica, toleítica e calco-alcalina. Nas rochas ultramáficas e máficas, o processo magmático melhor evidenciado foi o de fracionamento da olivina e espinélio cromífero e posteriormente, o de clinopiroxênio e do plagioclásio.
Em relação à geologia econômica cabe ressaltar o ouro que parece estar associado a finas camadas de sulfeto geralmente estratiformes relacionados com a seqüência de tufos calco-alcalinos da Unidade Básico-Intermediária, cuja gênese pode ser atribuída a modelos convectivos em fundo oceânico como o proposto por HUTCHINSON et al. (l980).


  
UNIVERSITY OF BRASILIA- INSTITUTE OF GEOSCIENCES

MSc THESIS No 35

EDISON RAMOS TOMAZZOLI

GEOLOGY, PETROLOGY, ORIGIN AND GOLD POTENTIAL OF THE GOIÁS GREENSTONE BELT, GOIÁS, GOIÁS STATE-BRAZIL
DATE OF ORAL PRESENTATION: : 27/12/85
TOPIC OF THE THESIS: PROSPECTION AND ECONOMIC GEOLOGY
SUPERVISOR: PROF. ARIPLÍNIO ANTÔNIO NILSON (UnB)
COMMITTEE MEMBERS: PROF. HARDY JOST(UnB)
PROF. EDUARDO ANTÔNIO LADEIRA (UFMG)

ABSTRACT
The Goiás Greenstone Belt or Goiás Velho Group, emplaced in rocks of the Granite-Gneiss Complex, consists of three units, namely Lower Ultrabasic, Basic-Intermediate and Upper Metasedimentary units.
The Lower Ultramafic Unit comprises serpentinites and talc schists with intercalations of metachert and occasionally of pelitic or graphytic phyllite. The Basic-Intermediate Unit consists of sub-unit A, mainly basic schists (albite-quartz-epidote- actinolite schist, for example) and sub-unit B, chiefly intermediate-to-felsic metatuffs. It displays lensoid intercalations of talc schist at several stratigraphic levels. The Upper Metasedimentary Unit consists of pelitic phyllite, graphite schist and metachert.
The Serra de Cantagalo Metasedimentary Sequence comprises pelitic phyllites, metagraywacke, sericite-quartz schists, quartzite and meta-orthoconglomerate. In spite of having been interpreted as a unit unconformably overlying the Goiás Velho Group, it apparently shows transitional features with the Upper Metasedimentary Unit of the greenstone belt.
The rocks of the Goiás Velho Group have been metamorphosed mainly in the greenschist facies (chlorite, biotite and garnet zones). Parageneses typical of incipient grade (prehnite-pumpelliyte facies) occur locally in the ultramafic rocks.
Folds attributed to at least five phases of plastic deformation have been observed. D1 and D2 phases are represented by sub-coaxial, asymmetric, inclined to recumbent isoclinal folds with sub-horizontal axes, general N700W trend and vergence towards NE. D3 is characterized by crenulations trending approximately 300 S20-400 E, often developing a clear crenulation cleavage D4 is represented by gentle undulations with axes trending NE-SW. D5 is attributed to kink bands. The contact between the Goiás Velho Group and the Granite- Gneiss Complex consists partly of N700W-striking thrust faults, the strike of which is similar to the general trend of D2 asymmetrical folds. Both structures were possibly generated by the same compressive sub-horizontal principal stresses.
Petrochemical data indicate significant mobility of most major elements during metamorphism resulting in modifications of the chemical compositor of the original, pre-metamorphic rocks. They also revealed that the Goiás Velho Group includes different sets of orthometamorphic rocks displaying komatiitic, tholeiitic and calc alkaline affinities respectively. There is evidence for crystal fractionation of olivine, chromite and clinopyroxene in ultramafic rocks and possibly of plagioclase in mafic ones.
Gold mineralization appears to be associated with thin, usually stratiform, sulfide layers that are part of a sequence of calc alkaline tuffs of the Basic-Intermediate Unit. Their genesis may be explained through an ocean-floor convective model of the type proposed by Hutchinson et al. (l980).