GEÓLOGO ALEMÃO DÁ O SANGUE NO BRASIL
Cezar Gouvêa
Em 1966 o geólogo Cezar fiscalizava por conta da Comissão do Plano do Carvão Nacional as pesquisa das ocorrências de lignito no Rio Jutaí, afluente do Solimões, perto da fronteira peruana, que era realizada por uma empresa contratada gaúcha, cujo geólogo-chefe era o nosso velho Eurico Rômulo Machado.
A empresa consultora era a alemã Otto Gold, que para tanto mandou dois velhos geólogos, um oriundo da Colômbia e outro, Wolf, vindo do Paquistão.
Após dois dias de viagem em uma grande lancha, finalmente aproximamo-nos da locação onde era feita a sondagem, e o Wolf, cabelos bem brancos, apronta-se para a chegada vestindo um conjunto de bermudas largas, camisa solta com quatro bolsos (um "pijânio"), tênis e meias 3/4, tudo branco e folgado, faltando apenas o capacete de cortiça para estar a rigor em um safari muito britânico.
Quando a lancha aportou apresenta-se densa nuvem de piuns, que como é sabido prefere o "sangue novo" e as áreas expostas. Em quinze minutos o Wolf estava louco, retorna à lancha e, quando reaparece, estava de calças e camisa comprida e uma mascara de esquiar, expondo apenas pequena área junto aos olhos, indumentária que utilizou o resto do tempo em que permanecemos na locação, enquanto o Machadinho ria, falava com seu vozeirão despropositado e bebericava seu uisquinho maneiro, que ninguem é de ferro...
[voltar para: Causos e
Estórias de Geólogos]
HomePage Instituto de Geociências da Universidade de Brasília