UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA / INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

TESE DE DOUTORADO N^o 046

ANA LUCIA COSTA DE OLIVEIRA-GALVÃO

DATA DA DEFESA: 20/12/2001
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PROCESSAMENTO DE DADOS EM GEOLOGIA E ANÁLISE AMBIENTAL.
ÁREA DE TRABALHO: Região semi-árida do Nordeste brasileiro e Núcleo de Desertificação do Seridó (RN).
ORIENTADORES: Prof. Carlos Hiroo Saito(   ); Prof. Paulo Roberto Meneses (UnB)
EXAMINADORES:  Prof. Edson Eyji Sano (Embrapa – Cpac); Prof. Eduardo Delgado Assad (Embrapa); Prof. José Wilson Corrêa Rosa (Unb); Prof. Vitor Celso de Carvalho (Inpe)

Palavras-chave:  Desertificação, Indicador Ambiental, Análise Ambiental, Susceptibilidade, Geoprocessamento, Sistema de Informação Geográfica (SIG), Modelagem Espacial, Semi-árido, Região Nordeste, Seridó, Rio Grande do Norte, Brasil.

RESUMO

Este trabalho busca suprir a deficiência de informações, espacializadas e georreferenciadas, relativas à susceptibilidade das terras brasileiras à Desertificação. Informações estas que são especialmente demandadas pelas comunidades (acadêmica, técnica e política) envolvidas nas discussões relativas ao atendimento da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. Neste sentido, o trabalho realizou análise e integração de variáveis geoambientais e a criação de indicadores ambientais que associam-se ao desenvolvimento dos processos de Desertificação, tomando como base a aplicação de procedimentos de modelagem espacial de dados relativos à porção semi-árida nordestina. Dentre as variáveis utilizadas, foram considerados aspectos geológicos (litologia, lineamentos, ocorrências e depósitos minerais), formas de relevo, tipos de solo dominante, dados de vegetação (cobertura e fragmentação vegetal) e formas de uso do solo. Os Indicadores ambientais selecionados foram subdivididos entre aqueles que associam-se à potencialidade à atividades humanas consideradas como principais causadoras da Desertificação (Pecuária, Agricultura, Irrigação, Exploração dos Recursos Florestais, Urbanização e Mineração); e ao risco à processos de degradação ambiental que encontram-se mais diretamente associados ao desenvolvimento dos processos de Desertificação (Erosão, Salinização e Perda da Biodiversidade). A integração dos dados georreferenciados relativos a estes indicadores resultou na identificação de cinco diferentes níveis de susceptibilidade à Desertificação (Muito elevado, Elevado, Moderado, Baixo e Muito baixo), ao tempo em que delimitou o domínio geográfico assumido pelas classes obtidas. A validação dos resultados alcançados, a partir da modelagem espacial em escala regional, foi realizada, numa escala de semi-detalhe, na área piloto identificada como Núcleo de Desertificação do Seridó Norte-rio-grandense, tomando como base análises da dinâmica da cobertura vegetal (representada por imagens orbitais) e avaliações de dados de campo. Os resultados obtidos permitiram uma associação direta entre os diferentes níveis de susceptibilidade e variadas formas de gestão ambiental. Onde, as áreas com “Muito elevada susceptibilidade” vinculam-se às práticas de recuperação das áreas degradadas; “Elevada susceptibilidade”, às práticas de recuperação de áreas degradadas, assim como a adoção de técnicas e procedimentos de controle e combate da desertificação; “Moderada susceptibilidade”, à prevenção, controle e combate dos processos de Desertificação; e “Baixa e Muito baixa susceptibilidades”, à adoção de medidas de prevenção ao desenvolvimento de processos de desertificação.

     
UNIVERSITY OF BRASILIA / INSTITUTE OF GEOSCIENCES

PhD THESIS N^o 046

ANA LUCIA COSTA DE OLIVEIRA-GALVÃO

DATE OF ORAL PRESENTATION: 20/12/2001
TOPIC OF THE THESIS: GEOLOGICAL DATA PROCESSING AND ENVIRONMENTAL ANALYSIS
SUPERVISOR:  Prof. Carlos Hiroo Saito(   ); Prof. Paulo Roberto Meneses (UnB)
COMMITTEE MEMBERS: Prof. Edson Eyji Sano (Embrapa – Cpac); Prof. Eduardo Delgado Assad (Embrapa); Prof. José Wilson Corrêa Rosa (Unb); Prof. Vitor Celso de Carvalho (Inpe)

KeyWords: Desertification, Environmental Indicators, Environmental Analysis, Susceptibility, Geoprocessing, Geographic Information Systems (GIS), Spatial Modeling, Semi-arid, Northeastern region, Seridó, Rio Grande do Norte, Brazil

ABSTRACT

This work intends to provide spatial and georeferenced information related to the susceptibility of the Brazilian lands to desertification. Such information is especially requested by the communities (academic, technical, and political) that are involved in the discussions related to the United Nations Convention to Combat Desertification. In this sense, the analysis and integration of geo-environmental variables and the creation of environmental indicators associated with the development of the desertification process was performed, based on the use of spatial modeling procedures applied to data from the semi-arid portion of the Northeastern region. Among the variables used in this investigation, geological aspects (lithology, lineaments, and mineral ore occurrence), shape of the relief, dominance of soil types, vegetation (cover and fragmentation) and land management practices were considered. The selected environmental indicators were divided into two groups. The first group was composed of human activities that could cause desertification (cattle raising, agriculture, irrigation, forest resource exploration, urbanization, and mining). The second group was associated with the risk of environmental degradation by processes that were more directly related to the development of the desertification (erosion, salinization, and loss of biodiversity). The integration of the georeferenced data, related to these indicators, allowed the identification of five different levels of susceptibility to desertification (very high, high, moderate, low and very low), and the geographic domain of each class. Validation of the results, derived from the spatial modeling at regional scale, was performed at a semi-detail scale in a study area locally known as the “Núcleo de Desertificação do Seridó Norte-rio-grandense”. It was based on the analysis of the dynamics of the vegetation cover (represented by orbital imagery) and on the evaluation of field data. The results allowed a direct association between the different levels of susceptibility and environmental management practices. They indicated that areas with “very high susceptibility” were associated with practices of land degradation reclamation. Areas with “high susceptibility” were related not only to these practices but also to techniques and procedures to control and to combat desertification. Areas with “moderate susceptibility” were related to prevention, control and combat of desertification processes. Finally, areas with “low and very low susceptibility” were associated with the adoption of initiatives to prevent the development of the desertification processes.