UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA -
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO No 33
TÂNIA MARA DOSSIN
GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS DA SERRA DA SERPENTINA, CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO - MGDATA DE DEFESA: 19/12/85
RESUMO
Na Região da Serra da Serpentina, localizada na Borda Oriental
da Serra do Espinhaço Meridional (Minas Gerais, Brasil),
quatro unidades estratigráficas maiores estão representadas:
(a) O Complexo Gnáissico-Migmatítico que constitui
o embasamento das seqüências supracrustais, (b) a Seqüência
Vulcano Sedimentar do Rio Mata-Cavalo, interpretada como um provável
gteenstone belt arqueano, (c) a Seqüência itabirítica,
uma possível extensão do Supergrupo Minas do Quadrilátero
Ferrífero e (d) a Seqüência Quartzítica,
de posicionamento estratigráfico incerto e regionalmente
correlacionável ao Supergrupo Espinhaço.
Todas essas unidades encontram-se intensamente afetadas por uma
tectônica de cisalha, responsável pela configuração
de um modelo deformacional representado por uma sucessão
de escamas imbricadas. As condições metamórficas
que afetaram as seqüências supracrustais são
compatíveis com o fácies xisto verde, enquanto o
embasamento retrometamorfisado para fácies xisto verde,
sofreu metamorfismo inicial do fácies anfibolito superior.
As formações ferríferas da Seqüência
itabirítica, constituem o objetivo deste trabalho. Sua
estratigrafia, litologias e geoquímica sugerem que esses
depósitos formaram-se em ambientes de bacia epicontinental
do tipo Lago Superior. Sua mineralogia é representada essencialmente
por hematita e magnetita, localmente com siderita e ankerita.
Esses minerais formaram-se sob uma ampla gama de condições
durante um intervalo de tempo que variou da sedimentação
ao metamorfismo, e mostram aspectos de alteração
intempérica. Existem evidências de que o minério
de ferro compacto associado aos itabiritos formou-se sob condições
especiais, distintas daquelas que acompanharam a sedimentação
do itabirito típico. Dados sobre REE das formações
ferríferas da área mostram Eu e Ce anômalos,
relativamente aos outros terras raras. Essas anomalias são
interpretadas como respostas aos níveis de oxigenação
intermediários da atmosfera e hidrosfera entre o Arqueano
e o Proterozóico Superior.
UNIVERSITY OF BRASILIA- INSTITUTE OF GEOSCIENCES
MSc THESIS No 33
TÂNIA MARA DOSSIN
GEOLOGY AND GEOCHEMISTRY OF THE BANDED IRON FORMATION OF THE SERRA DA SERPENTINA, CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO, MINAS GERAIS STATE-BRAZILDATE OF ORAL PRESENTATION: 19/12/85
ABSTRACT
The Serra da Serpentina Region , located at the Eastern Border
of the Southern portion of the Serra do Espinhaço (Minas
Gerais, Brazil), is made up of four major stratigraphic units:
(a) the Gnaissic Migmatitic Complex, which constitutes the basement
of supracrustal sequences represented by; (b) the Vulcano-Sedimentary
Sequence of Rio Mata Cavalo, interpreted as a probable Archean
greenstone belt; (c) the itabirite Sequence, a possible extension
of the Minas Supergroup of the Quadrilátero Ferrífero,
and (d) the Quartzitic Sequence, of uncertain stratigraphic position
and regionally correlated to the Espinhaço Supergroup.
All units are intensely affected by shearing which is responsible
for the actual deform, ional model, represented by a succession
of imbricated scales. Metamorphic conditions observed on supracrustal
rocks are compatible with the greenschist facies while the gnaisses
underwent retrometamorphism from upper amphibole to greenschist
facies.
The iron formations of the itabirite Sequence constitute the aim
of this report. Their stratigraphy, litologies and geochemistry
suggest for deposits formed under epicontinental basin environments
of Lake Superior type. Their mineralogy is essentially represented
by hematite and magnetite, locally with siderite and ankerite.
These minerals formed under a wide range of conditions, spreading
from sedimentary to metamorphic, with superimposed weathering.
It is suggested that the compact iron ores associated to itabirites
were formed under very special conditions not reproduced by the
more abundant itabirites. REE data from the iron formations of
the area show Eu and Ce anomalies relatively the other rare-earth
elements, which is interpreted as a response to intermediate oxygenation
levels of atmosphere and hydrosphere between the Archean and the
Upper Proterozoic.