UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO No 57

LÚCIA FURUKAWA COUTO

ESTUDOS PETROLÓGICOS DO COMPLEXO MÁFICO- ULTRAMÁFICO DE CAMPO ALEGRE DE LOURDES (BA) E GÊNESE DO DEPÓSITO DE Fe-Ti(V) ASSOCIADO
DATA DE DEFESA: 08/12/89
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PROSPECÇÃO E GEOLOGIA ECONÔMICA
ORIENTADOR: PROF ARIPLÍNIO ANTÔNIO NILSON. (UnB)
EXAMINADORES: PROF. JOSÉ CARLOS GASPAR (UnB)
PROF. JOSÉ HAROLDO DA SILVA S0 (UFBA)

RESUMO
O Complexo máfico- ultramáfico de Campo Alegre de Lourdes (BA) é um corpo ígneo acamadado, que encerra importante depósito de Fe-Ti-(V). O Complexo situa-se na parte norte do Craton do São Francisco, encaixado em gnaisses e migmatitos do embasamento e metassedimentos proterozóicos.
A seqüência de rochas cumuláticas do Complexo é: piroxenito, gabro + anortosito e ilmenita- magnetitito (minério), cristalizada a partir de um magma de composição toleítica, (transicionando para alcalino), como indicam a composição do clinopiroxênio (augita) e a presença de rochas com ol e hy normativos. A ordem provável de cristalização dos minerais é: clinopiroxênio (+ ortopiroxênio) - plagioclásio - hornblenda pargasítica - apatita + ilmenita + magnetita. As estimativas de temperatura (600 a 650 C) e da fugacidade de oxigênio (log fO2 entre -l8.9 e -21.8), para a formação dos pares coexistentes de ilmenita e magnetita provavelmente refletem o intervalo de oxidação subsólida da fase espinélio.
Apesar dos eventos de deformação no Complexo, responsáveis pela verticalização do acamamento rítmico, dobramentos e milonitização, as texturas originais das rochas cumuláticas podem ser reconhecidas. O metamorfismo de fácies xisto verde associado à milonitização foi responsável pela deformação no Complexo, do acamamento rítmico, hidratação dos silicatos originais, como por exemplo, transformação de augita em actinolita, e saussuritização do plagioclásio.
Foram reconhecidos dois tipos de acamamento rítmico no ilmenita-magnetitito, um de escala centimétrica, com alternância de bandas ricas em óxidos e bandas ricas em plagioclásio, e o outro de escala decamétrica, o que implica em ambiente tectônico calmo durante a cristalização magmática.


  
UNIVERSITY OF BRASILIA- INSTITUTE OF GEOSCIENCES

MSc THESIS No 57

LÚCIA FURUKAWA COUTO

PETROLOGIC STUDIES OF THE CAMPO ALEGRE DE LOURDES MAFIC-ULTRAMAFIC COMPLEX AND GENESIS OF THE ASSOCIATED Fe-Ti(V) DEPOSIT, BAHIA STATE-BRAZIL

DATE OF ORAL PRESENTATION: 08/12/89
TOPIC OF THE THESIS: PROSPECTION AND ECONOMIC GEOLOGY
SUPERVISOR: PROF ARIPLÍNIO ANTÔNIO NILSON. (UnB)
COMMITTEE MEMBERS: PROF. JOSÉ CARLOS GASPAR (UnB)
PROF. JOSÉ HAROLDO DA SILVA S0 (UFBA)

ABSTRACT
The Campo Alegre de Lourdes Complex is a small layered mafic-ultramafic pluton, and hosts a Fe-Ti-(V) deposit. It is located within a country rock sequence of gneisses and migmatites of the Basal Complex, and Proterozoic metasedimentary rocks, in the northern most part of the São Francisco Craton, Bahia state, Brazil.
The rock sequence consists of pyroxenite, gabbro + anorthosite, and ilmenite-magnetitite (Fe-Ti-(V) ore), and the mineral sequence consists of clinopyroxene (+ orthopyroxene) - plagioclase - pargasitic hornblende - apatite + ilmenite + magnetite. The parental magma was probably tholeiitic (transitional to alkalic), as inferred by the clinopyroxene (augite) composition and by the presence of rocks with ol-hy normative compositions. The determination of the equilibration temperature (600 to 650 C) and oxygen fugacity (log fO2: -l8.9 to -21.8), of ilmenite-magnetite pairs probably represents the spinel- phase subsolidus oxidation.
Although tectonically deformed (milonitized and folded, showing subvertical rhythmic layering), the Complex still preserves relict igneous cumulate textures. Metamorphism associated with milonitization caused hydration of the original silicates, for instance, alteration of augite to actinolite, and alteration of calcic plagioclase to albite + epidote.
There are two types of rhythmic layering in the ilmenite-magnetitite: the first is "inch-scale" layering, and the second is large-scale (average 20 meters); the last one requires a quiet tectonic environment during magmatic crystallization.