UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO N^o 58

JÚLIO MURILO MARTINO PINHO

RESUMO
No estudo da evolução tectônica da falha Vazante foram caracterizadas quatro fases de deformação, sendo as três primeiras responsáveis por cisalhamento simples, heterogênese, rúptil-dúctil e progressivo.
A primeira fase evidência foi de caráter extensivo, controlada por antigas zonas de fraquezas do embasamento. Com a movimentação diferencial dos blocos, os altos paleográficos foram ocupados por colônias de ciano-bactérias e desenvolvimento de sedimentação dolomítica.
Numa segunda fase, forças compressivas tangenciais geraram reativações de caráter trasnscorrente, imprimindo as mais fortes deformações que afetaram a falha. Transtrações e transpressões foram reconhecidas, além de deslizamentos interestratais também causadores de deformações.
A terceira fase está associada à continuação ao encurtamento tectônico da bacia e se traduz por falhamentos de empurrão, de alto ângulo na região das minas.
A última fase teve caráter extensivo e corresponde ao período de alívio da compressão anterior, provocando assim a acomodação dos blocos.
O zinco, que foi introduzido sob a forma de sulfetos durante a primeira fase, reagiu com a sílica com o decorrer do cisalhamento gerado pela movimentação transcorrente, formando willemita. Esta foi deformada já durante esta segunda fase, que foi a responsável pelo atual controle estrutural da mineralização, distribuindo-a em pods na zona mineralizada.

ABSTRACT
The evolution of the Vazante Fault is characterized by four phases of reativation, occurred during the Brasiliano Cycle. The three first phases caused heterogeneous, ruptil-ductil simple shear.
The first phase was extensional, controlled by old weak zones of the basement. In the paleogeographic highs, evolved ciano-bacterias, and also dolomitic sedimentation, took place.
The second phase, the most important one in the study area, is characterized by strike-slip movement, which was responsible for the actual structural pattern of the rock in the fault zone. The second phase was also for a new brittle- ductil, heterogeneous and progressive simple shear zone that appears mainly along the N50E/50 NW fault plans. Interbedding slip, directional movement, transtension co-existed and succeeded themselves during this phase.
The third phase was compressional and is characterized by reversal faults.
The last phase was extensional and is related to the descompression of the fault zone, occurred after the second and third phases.
During the second phase, zinc, which was introduced as sfalerite in the first phase, reacted with silic during to originate willemite. The second phase was also responsible for deformations in the willemite.