UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO No 60
GÊNOVA MARIA PULZGEOLOGIA DO DEPÓSITO AURÍFERO TIPO MARIA LÁZARA (GUARINOS - GOIÁS)[Mapa de Localização] [Mapa de situação geológica]
DATA DE DEFESA: 21/08/90
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PROSPECÇÃO
E GEOLOGIA ECONÔMICA
ORIENTADOR: PROF. HARDY JOST(UnB)
EXAMINADORES: PROF. OTHON HENRY LEONARDOS(UnB)
PROF. REINHARDT ADOLFO FUCK(UnB)
RESUMO
O presente trabalho descreve os controles estruturais e litológicos
do depósito aurífero tipo Maria Lázara, Goiás.
O depósito ocorre no interior de uma zona constituída
de um granadabiotita ultramilonito com 4 km de comprimento e 100
m de largura média pertencente a uma zona de cisalhamento
dúctil de dimensões regionais que marca o limite
entre supracrustais do greenstone belt de Guarinos e gnaisses
granodioríticos do Bloco Moquém. A zona de cisalhamento
é caracterizada por uma orientação noroeste,
fortes mergulhos para sudoeste, deslocamento dextral, sendo os
milonitos resultantes de pronunciada deformação
dúctil tanto das supracrustais quanto dos granodioritos
e por intrusões de granitóides sádicos sintectônicas.
A mineralização aurífera ocorre no interior
de um amplo halo de alteração hidrotermal impresso
sobre filonitos derivados de metabasaltos. A alteração
ocorreu no interior de uma cauda de transtensão na porção
meridional de uma intrusão trondhjemítica alongada
por cisalhamento e está representada por uma zona propilítica
externa, uma potássica intermediária e uma sericítica
interna. Veios antitaxiais formaram-se no interior das duas últimas.
Relações estruturais entre milonitos, belos de alteração
hidrotermal e veios indicam que estas feições são
geneticamente interrelacionadas. A formação de veios
foi um processo polifásico do tipo crack-seal ocorrido
durante pulsos de deformação dúctil. Relictos
de veios ocorrem, hoje, como boudins que representam uma lineação
de estiramento na zona de cisalhamento.
A mineralização aurífera consiste de Au-nativo
nos halos de alteração e de Au-nativo, subordinadamente
maldonita e compostos de Au-S-Te- Bi, nos veios. O geotermômetro
maldonita + Au-nativo indica que o ouro precipitou entre 116 e
3710 C, em uma paragênese contendo arsenopirita,
pirita, calcopirita, pirrotita, galena e, eventualmente, molibdenita
e tetradimita-bismutinita. A arsenopirita como geotermômetro
indica que a deposição das fases de minerais metálicos
ocorreu a uma temperatura mínima de 3300 C,
seguida de um rejuvenescimento a uma temperatura máxima
de 4500 C.
UNIVERSITY OF BRASILIA- INSTITUTE OF GEOSCIENCES
MSc THESIS No 60
GÊNOVA MARIA PULZ
GEOLOGY OF THE MARIA LAZARA
TYPE GOLD DEPOSIT, GUARINOS, GOIÁS STATE-BRAZIL
[Location Map]
[Geological Situation Map]
DATE OF ORAL PRESENTATION: 21/08/90
TOPIC OF THE THESIS: PROSPECTION AND ECONOMIC GEOLOGY
SUPERVISOR: PROF. HARDY JOST(UnB)
COMMITTEE MEMBERS: PROF. OTHON HENRY LEONARDOS(UnB)
PROF. REINHARDT ADOLFO FUCK(UnB)
ABSTRACT
A description of the structural and lithologic controls of the
Maria Lázara gold deposit, Goiás, Central Brazil,
is presented. The Au deposit occurs within a 4 km long and up
to 100 m wide garnet-biotite ultramylonite of a large-scale ductile
shear zone representing the contact zone between supracrustals
of the late Archean Guarinos greenstone belt and granodioritic
gneisses of the Moquém Block. The shear zone is characterized
by a northwest trend, a steep southwest dip, a dextral displacement,
mylonites resulting from high- strain ductile deformation of both
supracrustals and granodiorites, and syntectonic domal trondhjemitic
intrusions.
Gold mineralization occurs within wide alteration halo upon mylonites
derived from metabasalts. Alteration took place in a transtension
tail at the southern portion of a stretched trondhjemitic intrusion
and is represented by an outer propilitic, an intermediate potassic,
and an inner sericitic zone. Veining occurred in the last two
zones. Structural relationships between mylonites, alteration
halos and veins indicate that these features are genetically interrelated.
Veining has been a polyphase process formed by crack-seal during
pulses of ductile deformation. Relicts of veins now occur as boudins
representing a stretching lineation of the shear zone.
Gold mineralization is made of native Au in the sericite and potassic
alteration halos and native Au with minor maldonite and Au-S-Te-Bi
in the vein system, both accompanied by disseminated arsenopyrite,
pyrite, chalcopyrite, pyrrotite, galena, and eventually molibdenite
and tetradymite-bismutinite. The maldonite + native gold geothermometer
indicares that gold precipitated between 116 and 3710
C. The arsenopyrite geothermometer indicares that metallic mineral
phases deposited at a bout 3300 C e followed by a second
pulse at 4500 C.