UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO No 209
ANA LÍVIA ZEITUNE DE PAULA SILVEIRA
ESTUDO DA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO EM ROCHAS CARBONÁTICASData da defesa: 28/07/2006
Palavras Chaves: rochas carbonáticas; potencialidade reativa; reação álcali-sílica; reação álcali silicato reação álcali-carbonato
RESUMO
A reação álcali-agregado é um processo
químico no qual alguns constituintes mineralógicos do agregado reagem com
hidróxidos alcalinos (provenientes do cimento, água de amassamento, agregados,
pozolanas, agentes externos, etc) que estão dissolvidos na solução dos poros do
concreto.
O presente trabalho enfatiza o tema específico, Reação Álcali-Carbonato (RAC)
hoje ainda pouco estudado no Brasil, porém estuda as outras reações que podem
ocorrer no concreto, como álcali-sílica e álcali-silicato.
Foram caracterizados seis (06) diferentes tipos de rochas carbonáticas,
utilizando-se as técnicas: análise petrográfica, difração de raios-X,
microscopia eletrônica de varredura e análise química. Para conhecer o
comportamento reativo destas rochas, as mesmas foram ensaiadas segundo a
ASTM C – 586/92, ASTM C-1105/95, ASTM C -
1260/01 e AAR 23.26-A. Os prismas de concreto, ASTM C-1105/95, foram moldados
segundo o mesmo traço da dosagem do concreto de uma barragem com mais de 33 anos
de construção e que utilizou agregado carbonático. Esse concreto foi utilizado
como referência para a pesquisa. Todos esses compósitos de cimento foram
analisados pelas mesmas técnicas citadas acima.
Os resultados obtidos indicam que quando a reação envolve desdolomitização,
podem-se formar novas fases minerais, definidas como calcita e brucita ou um
silicato de magnésio de composição e estrutura mais complexa. Verificou-se,
ainda, que o Mg não necessariamente tem que provir da dolomita, pois a reação
pode ocorrer com este elemento químico oriundo de outro mineral, como neste
estudo, a antigorita.
As rochas potencialmente reativas para a RAC apresentam textura, geralmente,
constituída por romboedros de dolomita em uma matriz calcítica fina com argilas
e quartzo. Pode-se constatar também que, para se definir a existência da RAC,
várias feições macro e microscoscópicas devem ocorrer associadas. Neste
trabalho, algumas amostras que apresentavam as características favoráveis à RAC
não reagiram, enquanto que, amostras que não apresentaram feições típicas
reagiram.
Feições macroscópicas indicativas de RAC são fraturamento com a geração de
fragmentos equidimensionais, bordas de reação, entre outras. Indicadores
microscoscópicos incluem bordas de reação e microfraturamento, além da
neoformação de carbonatos e minerais contendo magnésio, óxido ou silicato.
Pelos resultados dos experimentos, pode-se identificar a possível presença da
reação pelo monitoramento da quantidade de dolomita consumida e produção de
calcita nas rochas analisadas, após serem submetidas aos ensaios de expansão.
Também foi evidenciado que as rochas carbonáticas podem contribuir para a reação
álcali-silicato, pois apresentam na sua composição silicatos, que reagem e se
transformam, portanto, fonte para a formação de novos produtos expansivos.
UNIVERSITY OF BRASILIA- INSTITUTE OF GEOSCIENCES
MSc THESIS No
209
ANA LÍVIA ZEITUNE DE PAULA SILVEIRA
Date of oral presentation:28/07/2006STUDY OF THE ALKALI-AGGREGATE REACTIONS IN CARBONATIC ROCKS
Key Words: carbonate rocks; reactive potentiality; alkali-silica reaction; alkali-silicate reaction; alkali-carbonate reaction
ABSTRACT
Alkali-aggregate reaction is a chemical process where some of the mineralogical
compounds of the aggregate react with the alkaline hydroxides (from cement,
mixing water, aggregates, pozzolan, external agents, etc.) that are dissolved in
the solution of the concrete pores.
This dissertation emphasizes the specific Alkali-Carbonate Reaction (ACR) theme,
which is still not largely studied in Brazil, but also studies some other common
reactions at the concrete, as alkali-silica and alkali-silicate.
Six different types of carbonatic rocks were studied. The characterization
methods were: petrographic analysis; X-ray powder diffraction; scanning
electronic microscopy and chemical analysis. In order to investigate the
reactive behavior of the rocks, they were essayed after ASTM C – 586/92, ASTM
C-1105/95, ASTM C - 1260/01 and AAR 23.26-A. The concrete prisms, ASTM
C-1105/95, were molded with the same composition of a specific dam concrete that
was built 30 years ago with carbonatic aggregates. All these cement composites
were analyzed by the same techniques used for the carbonatic aggregates.
This research showed that when dedolomitization takes place in a reaction, some
new mineral phases can be formed. These were identified as calcite and brucite
or a magnesium silicate with more complex structure and chemical composition.
The laboratory essays showed that there were two different mineral sources of
magnesium: dolomite and antigorite.
Another conclusion was that the rocks that were potentially reactive to the ACR
usually showed texture of a fine clay calcitic matrix with dolomite rhombohedra
and quartz. Some unexpected results pointed out the necessity of several macro
and micro characteristics of the rocks occurring simultaneously in order to
promote the ACR. In this research some of the typical samples for the ACR didn’t
react, at the same time that non-typical ones did react.
Some of the observed macroscopic features indicating ACR are: fracturing in
equidimensional fragments and reaction rims. Microscopic indicatives are
reaction rims and micro fracturing, as well as carbonate, magnesium oxide and
magnesium silicate neoformation.
This research showed that one can notice the ACR by monitoring the consumed
amount of dolomite and by the production of calcite in the samples essayed in
expansion tests. This study also showed that carbonatic rocks can also
contribute to the alkali-silicate reaction because they have silicates in their
composition which can react and transform to new ones.